Jornal de Negócios

Accionista­s do SIRESP já ganham dinheiro

O SIRESP pagou, em 2016, mais de 6,67 milhões aos seus accionista­s, em dividendos. Recorreram, para isso, aos resultados transitado­s.

- ALEXANDRA MACHADO

Ainda as contas de 2015 não estavam aprovadas e já os accionista­s do SIRESP se reuniam em assembleia-geral para decidir o pagamento de dividendos. Aassemblei­a-geral decorreu em Janeiro de 2016, na qual foi deliberada “a distribuiç­ão de dividendos aos accionista­s”. Para isso, recorreram aos resultados transitado­s que nas contas de 2015 superavam os 13 milhões de euros. A título de dividendos foi pago um total de 6,675 milhões de euros, que foram repartidos pelos accionista­s. A informação consta na prestação de contas individual referente a 2015, a que o Negócios teve acesso. Não foi possível apurar se a empresa voltou a pagar mais dividendos após esse primeiro pagamento. Em 2015, aliás, a empresa SIRESP apurou lucros totais superiores a 3 milhões de euros, quando no ano anterior (2014) tinha registado lucros de 749 mil euros. De acordo com as contas de 2015, os accionista­s tinham metido na empresa, estando registado no passivo, 2,78 milhões de euros, sendo o capital social de 1,6 milhões. O último aumento de capital foi, aliás, realizado em 2009, o quinto desde 2007. E então ficou com os 1,6 milhões que ainda tem realizado. O economista Joaquim MirandaSar­mento, que no jornal Eco analisou os números do SIRESP, refere que o esforço dos privados é de 15 milhões de euros de capital em 15 anos (o prazo do contrato), tendo no cenário base feito para o projecto referido como retorno acumulado projectado de 45 mi-

Em assembleia-geral de accionista­s, a empresa SIRESP aprovou a distribuiç­ão de dividendos em 2016.

lhões. O economista diz que a projecção desse valor neste momento deverá ser superior.

Quem são os accionista­s?

O maior accionista do SIRESP é a Galilei, empresa que antes era a SLN - Sociedade Lusa de Negócios e que mudou de nome depois da nacionaliz­ação do BPN. A Galilei está insolvente, a pedido da Parvalorem, um dos veículos que o Estado criou para activos do BPN após a sua nacionaliz­ação. AGalilei detém 33% do SIRESP, a que se juntam 9,55% da Datacomp, uma tecnológic­a que também faz parte do universo SLN/Galilei, e que está sob PER (Processo Especial de Revitaliza­ção). A PT, agora detida pela Altice, tem uma parcela de 30,55% do capital. A Motorola, que forneceu a tecnologia, tem 14,9% e, por fim, a Esegur (uma sociedade da Caixa Geral de Depósitos e do Novo Banco, então BES) tem 12%.

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