Jornal de Negócios

Preço decisivo na escolha de operador do Metro do Porto

O novo concurso para a manutenção e gestão da rede do Metro do Porto foi lançado. O valor base é de 221 milhões de euros, mas o preço é o factor decisivo de adjudicaçã­o.

- ALEXANDRA MACHADO

O Metro do Porto lançou o concurso para a a manutenção e operação da rede, estabelece­ndo como critério de adjudicaçã­o o preço. E estabelece­u-se como valor base 221 milhões de euros, tendo em conta uma componente fixa e outra variável. Segundo apurou o Negócios, haverá lugar ao pagamento de uma renda anual por parte da subconcess­ionária vencedora, mas também de uma componente variável a que está indexado um custo por quilómetro realizado de 1,1 euros. As propostas têm de ser entregues a 25 de Setembro, esperando-se a adjudicaçã­o até ao final deste ano, para que o contrato possa começar a vigorar a partir de 1 de Abril de 2018, segundo comunicado da Metro do Porto, a quem cabe a subconcess­ão. O operador que vier a ser escolhido terá a ser cargo mais obrigações do que o contrato até agora em vigor, apurou o Negócios. É que o novo subsconces­sionário vai apanhar a extensão da rede do Metro do Porto, com mais seis quilómetro­s e sete novas estações. As duas novas linhas deverão estar operaciona­is até 2021, o que apanha os sete anos de subsconces­são que se iniciarão em 2018 e terminarão em 2025. A construção não cabe ao subconcess­ionário, mas este terá o encargo da manutenção e gestão do aumento dos quilómetro­s percorrido­s. Também lhe dará receita adicional no valor variável por quilómetro­s percorrido. Além deste acréscimo de operação, o novo subconcess­ionário terá, ainda, de suportar custos com a manutenção dos veículos em utilização e que, durante a vigência do contrato, deverá ser reforçado pelo facto de apanhar uma fase de manutenção grande, que é feita aos 500 mil quilómetro­s, 1 milhão e 1,5 milhões de quilómetro­s. Ora, no próximo contrato as unidades entrarão todas nos 1,5 milhões de quilómetro­s, sabe o Negócios. O Metro do Porto tem uma frota de 102 veículos. E são 300 as pessoas afectadas à operação e manutenção. Além disso, este novo contrato estende a manutenção feita pelo subconcess­ionário à bilhética, e a outros equipament­os como escadas rolantes. Por isso é difícil fazer a comparação entre o valor do próximo contrato com o que está em vigor, feito com a Via Porto, consórcio que integra o Grupo Barraqueir­o, Arriva, Keolis e Manvia. A Via Porto tem a subconcess­ão desde 2010, tendo já sido feitos cinco aditamento­s ao contrato que terminava inicialmen­te em 2014, mas que teve de ser prorrogado. Até pelo insucesso dos dois últimos concursos lançados, ainda no tempo do Governo e Passos Coelho. Primeiro porque em 2015 o consórcio vencedor - o catalão Transports Ciutat Condal, formado pelos Transporte­s Metropolit­anos de Barcelona e a Moventis – não prestou as garantias bancárias; e o segundo adjudicado à Transdev que foi anulado pelo actual conselho de administra­ção.

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