Preço decisivo na escolha de operador do Metro do Porto
O novo concurso para a manutenção e gestão da rede do Metro do Porto foi lançado. O valor base é de 221 milhões de euros, mas o preço é o factor decisivo de adjudicação.
O Metro do Porto lançou o concurso para a a manutenção e operação da rede, estabelecendo como critério de adjudicação o preço. E estabeleceu-se como valor base 221 milhões de euros, tendo em conta uma componente fixa e outra variável. Segundo apurou o Negócios, haverá lugar ao pagamento de uma renda anual por parte da subconcessionária vencedora, mas também de uma componente variável a que está indexado um custo por quilómetro realizado de 1,1 euros. As propostas têm de ser entregues a 25 de Setembro, esperando-se a adjudicação até ao final deste ano, para que o contrato possa começar a vigorar a partir de 1 de Abril de 2018, segundo comunicado da Metro do Porto, a quem cabe a subconcessão. O operador que vier a ser escolhido terá a ser cargo mais obrigações do que o contrato até agora em vigor, apurou o Negócios. É que o novo subsconcessionário vai apanhar a extensão da rede do Metro do Porto, com mais seis quilómetros e sete novas estações. As duas novas linhas deverão estar operacionais até 2021, o que apanha os sete anos de subsconcessão que se iniciarão em 2018 e terminarão em 2025. A construção não cabe ao subconcessionário, mas este terá o encargo da manutenção e gestão do aumento dos quilómetros percorridos. Também lhe dará receita adicional no valor variável por quilómetros percorrido. Além deste acréscimo de operação, o novo subconcessionário terá, ainda, de suportar custos com a manutenção dos veículos em utilização e que, durante a vigência do contrato, deverá ser reforçado pelo facto de apanhar uma fase de manutenção grande, que é feita aos 500 mil quilómetros, 1 milhão e 1,5 milhões de quilómetros. Ora, no próximo contrato as unidades entrarão todas nos 1,5 milhões de quilómetros, sabe o Negócios. O Metro do Porto tem uma frota de 102 veículos. E são 300 as pessoas afectadas à operação e manutenção. Além disso, este novo contrato estende a manutenção feita pelo subconcessionário à bilhética, e a outros equipamentos como escadas rolantes. Por isso é difícil fazer a comparação entre o valor do próximo contrato com o que está em vigor, feito com a Via Porto, consórcio que integra o Grupo Barraqueiro, Arriva, Keolis e Manvia. A Via Porto tem a subconcessão desde 2010, tendo já sido feitos cinco aditamentos ao contrato que terminava inicialmente em 2014, mas que teve de ser prorrogado. Até pelo insucesso dos dois últimos concursos lançados, ainda no tempo do Governo e Passos Coelho. Primeiro porque em 2015 o consórcio vencedor - o catalão Transports Ciutat Condal, formado pelos Transportes Metropolitanos de Barcelona e a Moventis – não prestou as garantias bancárias; e o segundo adjudicado à Transdev que foi anulado pelo actual conselho de administração.