Ciberataque em grande escala chega a Portugal
O novo ataque informático que ontem teve epicentro na Ucrânia e na Rússia, e que se espalhou a vários países europeus, pode ter afectado empresas portuguesas. Embora o Governo não tivesse, até ao final da tarde, conhecimento de casos no país, o jornal Público avançou horas depois que as empresas Mindshare e MEC, do gigante de publicidade WPP, teriam sido afectadas. Uma informação que o Negócios não conseguiu confirmar até ao fecho desta edição. Já o Sistema Nacional de Saúde decidiu, por precaução, fechar o acesso a e-mail e internet a partir das 18:30. Ao final da manhã de ontem, vários bancos, empresas de transportes, comunicação social e até os serviços do Governo ucraniano foram infectados por um software malicioso que encriptou ficheiros e impediu o seu acesso, pedindo em troca o pagamento de um resgate. Horas depois o ataque chegava à pe- trolífera russa Rosneft e a outras empresas do país. A empresa de segurança informática Kaspersky estima que dois mil utilizadores tenham sido afectados, sobretudo nestes dois países. O ataque estendeu-se depois a países como a Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Dinamarca ou Reino Unido, onde uma das afectadas foi a WPP. O grossista alemão Metro, a transportadora dinamarquesa Maersk, a alimentar Mondelez ou a farmacêutica Merck, foram igualmente alvos. Os especialistas informáticos dividemse sobre qual o vírus – o já existente Petya ou um ‘malware’ inédito – que estará na base deste novo ataque. O facto de encriptar não os ficheiros mas sim o disco rígido dos computadores faz com que possa ser mais nocivo do que o WannaCry que afectou mais de 150 países no mês passado.