Jornal de Negócios

Dificuldad­es de licenciame­nto travam IDE em Portugal

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Um dos principais obstáculos à entrada de investimen­to estrangeir­o em Portugal é a dificuldad­e em lidar com a burocracia das autoridade­s nacionais. Pelo menos essa é a análise do Fórum para a Competitiv­idade, referindo-se em específico à demora do licenciame­nto industrial, uma preocupaçã­o que já tinha sido expressa pela Comissão Europeia. Uma das oito análises sectoriais promovidas pelo gabinete de estudos do Fórum – que serão apresentad­as hoje, numa conferênci­a no CCB que será encerrada pelo Presidente da República – olha para a captação de investimen­to directo estrangeir­o e sugere medidas a aplicar nos próximos dez anos. “Aprincipal barreira ao IDE existente em Portugal é possivelme­nte a excessiva dificuldad­e em lidar com as autoridade­s, nomeadamen­te com o processo de licenciame­nto e em particular com o licenciame­nto industrial. A demora na resposta a pedidos de investimen­to tem afastado um valor significat­ivo de investimen­to e de IDE de Portugal”, lê-se nas conclusões do grupo de trabalho, coordenado por António Alfaiate. O Fórum argumenta que, na maioria dos países europeus, os investimen­tos na indústria são realizados apenas com uma comunicaçã­o prévia, sendo depois feitas inspecções para verificar se a lei está a ser cumprida. Pede ainda que seja reforçado o número de trabalhado­res da Agência Portuguesa do Ambiente e que estes sejam avaliados “em função do cumpriment­o dos prazos dos pedidos de investimen­to”. Seria também importante criar um site com “toda a legislação aplicável ao urbanismo” (como arquitectu­ra). No âmbito do Semestre Europeu, Bruxelas já tinha feito uma recomendaç­ão semelhante em torno do licenciame­nto, em específico para o sector da construção, sugerindo que se reduzam encargos administra­tivos e obstáculos regulament­ares nessa área. Ainda na área do IDE, o Fórum para a Competitiv­idade pede uma descida do IRC, maior flexibilid­ade laboral e uma redução dos custos energético­s, através de renegociaç­ões ou rescisões de contratos. O objectivo final é que as medidas deste e dos outros grupos de trabalho coloquem a economia portuguesa a crescer acima de 3% ao ano.

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