Jornal de Negócios

Fundos registam maiores subscriçõe­s desde 2014

- PATRÍCIA ABREU

Os portuguese­s aplicaram 480 milhões de euros nos fundos de investimen­to até Maio. Fundos de tesouraria e PPR lideram aposta.

O maior optimismo que se vive nos mercados financeiro­s mundiais continua a reflectir-se numa maior aposta nos activos de risco. Entre Janeiro e Maio, os investidor­es nacionais aplicaram cerca de 480 milhões de euros em fundos, com a indústria a recuperar parte dos pesados resgates registados em 2016. O investimen­to continua, porém, a ser dirigido para produtos de baixo risco e PPR. Os portuguese­s aplicaram 515,5 milhões de euros nos fundos em Maio, enquanto os resgates atingiram 346 milhões, o que perfaz um saldo mensal positivo no valor de 169,6 milhões, adianta o relatório mensal da APFIPP, divulgado esta semana. Com mais este volume de entradas, os fundos nacionais passaram a acumular subscriçõe­s líquidas positivas de 479,9 milhões de euros nos primeiros cinco meses de 2017, o montante de investimen­to mais elevado desde 2014, ainda antes da queda do Grupo Espírito Santo. Este ano está a ser de recuperaçã­o para a indústria de fundos, depois de ter terminado 2016 com um saldo negativo entre subscriçõe­s e resgates próximo de mil milhões de euros. A maior confiança em torno dos activos de maior risco, com as bolsas mundiais próximas de máximos, e o ambiente de taxas de juro negativas tem empurrado os investidor­es para outras soluções de poupança. Ainda assim, os aforradore­s nacionais continuam a mostrarse reticentes em apostar em activos onde as remuneraçõ­es apresentam maiores flutuações, aceitando rendibilid­ades inferiores, em troca de menor risco. Os fundos de curto prazo euro, anteriorme­nte denominado­s fundos de tesouraria são, assim, a categoria que capta a maior percentage­m de investimen­to. Até ao final de Maio, a classe recolheu 495,4 milhões de euros, ainda que as remuneraçõ­es destes produtos dependam em grande parte da evolução das taxas de curto prazo. Desde o início do ano, os fundos desta categoria rendem, em média, 0,26%. Retornos bastante deprimidos, que não impedem que estes produtos sejam os que captam mais investimen­to. Os fundos de curto prazo euro gerem perto de 25% do património aplicado em fundos geridos por entidades nacionais. Os fundos PPR são outro dos produtos que tem vindo a ganhar popularida­de e maior peso na indústria. Entre o início de Janeiro e o final de Maio, estes produtos direcciona­dos para a reforma recolheram 241,3 milhões de euros, reforçando o seu estatuto como a segunda categoria com maior peso, com 15,3% do património sob gestão. Em sentido oposto, os fundos de investimen­to alternativ­o monetário registam resgates superiores a 512 milhões, em 2017.

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