Fundos registam maiores subscrições desde 2014
Os portugueses aplicaram 480 milhões de euros nos fundos de investimento até Maio. Fundos de tesouraria e PPR lideram aposta.
O maior optimismo que se vive nos mercados financeiros mundiais continua a reflectir-se numa maior aposta nos activos de risco. Entre Janeiro e Maio, os investidores nacionais aplicaram cerca de 480 milhões de euros em fundos, com a indústria a recuperar parte dos pesados resgates registados em 2016. O investimento continua, porém, a ser dirigido para produtos de baixo risco e PPR. Os portugueses aplicaram 515,5 milhões de euros nos fundos em Maio, enquanto os resgates atingiram 346 milhões, o que perfaz um saldo mensal positivo no valor de 169,6 milhões, adianta o relatório mensal da APFIPP, divulgado esta semana. Com mais este volume de entradas, os fundos nacionais passaram a acumular subscrições líquidas positivas de 479,9 milhões de euros nos primeiros cinco meses de 2017, o montante de investimento mais elevado desde 2014, ainda antes da queda do Grupo Espírito Santo. Este ano está a ser de recuperação para a indústria de fundos, depois de ter terminado 2016 com um saldo negativo entre subscrições e resgates próximo de mil milhões de euros. A maior confiança em torno dos activos de maior risco, com as bolsas mundiais próximas de máximos, e o ambiente de taxas de juro negativas tem empurrado os investidores para outras soluções de poupança. Ainda assim, os aforradores nacionais continuam a mostrarse reticentes em apostar em activos onde as remunerações apresentam maiores flutuações, aceitando rendibilidades inferiores, em troca de menor risco. Os fundos de curto prazo euro, anteriormente denominados fundos de tesouraria são, assim, a categoria que capta a maior percentagem de investimento. Até ao final de Maio, a classe recolheu 495,4 milhões de euros, ainda que as remunerações destes produtos dependam em grande parte da evolução das taxas de curto prazo. Desde o início do ano, os fundos desta categoria rendem, em média, 0,26%. Retornos bastante deprimidos, que não impedem que estes produtos sejam os que captam mais investimento. Os fundos de curto prazo euro gerem perto de 25% do património aplicado em fundos geridos por entidades nacionais. Os fundos PPR são outro dos produtos que tem vindo a ganhar popularidade e maior peso na indústria. Entre o início de Janeiro e o final de Maio, estes produtos direccionados para a reforma recolheram 241,3 milhões de euros, reforçando o seu estatuto como a segunda categoria com maior peso, com 15,3% do património sob gestão. Em sentido oposto, os fundos de investimento alternativo monetário registam resgates superiores a 512 milhões, em 2017.