Jornal de Negócios

Preço do petróleo vai subir com reservas a recuarem

- ANDRÉ CABRITA-MENDES

Com o preço do barril a rondar actualment­e os 45 dólares, a BP prevê que o preço volte a subir à medida que as reservas de petróleo forem diminuindo e que a produção em todo o mundo for recuando.

Opreço do barril de petróleo deverá voltar a subir no médio prazo com o recuo na produção e a diminuição das reservas. Esta é a estimativa da petrolífer­a BP, que acredita que o preço do barril de crude vai começar a subir. “Neste momento o preço de petróleo ronda os 45 dólares por barril, e isto acontece porque ainda temos elevados níveis de reservas no mercado”, disse ao Negócios Paul Appleby da BP. O economista da companhia britânica explicou que existe actualment­e um excesso de reservas de petróleo devido à elevada produção, face ao consumo actual. “Pensamos que a redução de ‘stock’ deverá acontecer ao longo deste ano, talvez no próximo ano, e assim o preço deverá recuperar face ao preço actual”, prevê. A BP prefere não avançar com estimativa­s sobre qual o valor que o preço do barril poderá atingir no médio prazo. Ainda assim, questionad­o sobre se o preço do barril poderá voltar a atingir ou superar a barreira dos 100 dólares, o economista apontou que esta possibilid­ade é real. “É possível, mas isso só poderá acontecer se houver uma falha grande no fornecimen­to devido a algum evento geopolític­o ou algum desastre natural, e estes acontecime­ntos podem provocar um aumento dramático do preço. A disrupção pode levar o preço acima dos 100 dólares, mas não penso que seja um preço sustentáve­l no longo prazo”, responde Paul Appleby. E seria possível os preços do petróleo baixarem face ao preço actual? “É possível, o preço pode cair mais, mas isto levaria à redução da oferta e o mercado voltaria a equilibrar-se”. Em relação à produção, o economista refere que a Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP) tem cumprido o seu acordo de redução. “Prevejo que a OPEP mantenha uma boa discipli- na nos cortes à sua produção”. Sobre o petróleo de xisto norte-americano, o economista da BP aponta que a sua produção “é muito flexível. Se o preço do barril for alto, a produção sobe. Se o preço for baixo, a produção cai. E isto tende a atenuar a flutuação do preço do petróleo”. Paul Appleby refere que o consumo de petróleo em todo o mundo está a registar um “cresciment­o relativame­nte forte neste momento em reacção aos preços globais. No longo prazo, esperamos ver uma tendência de cresciment­o do petróleo”, com destaque para os países em desenvolvi­mento, como a Índia. Já na Europa, o consumo de petróleo deverá cair no longo prazo. “Isto deve-se ao aumento da eficiência dos automóveis, o que leva a um menor consumo”.

 ?? Pedro Elias ?? O economista Paul Appleby da BP diz que a OPEP tem cumprido o seu acordo.
Pedro Elias O economista Paul Appleby da BP diz que a OPEP tem cumprido o seu acordo.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal