Preço do petróleo vai subir com reservas a recuarem
Com o preço do barril a rondar actualmente os 45 dólares, a BP prevê que o preço volte a subir à medida que as reservas de petróleo forem diminuindo e que a produção em todo o mundo for recuando.
Opreço do barril de petróleo deverá voltar a subir no médio prazo com o recuo na produção e a diminuição das reservas. Esta é a estimativa da petrolífera BP, que acredita que o preço do barril de crude vai começar a subir. “Neste momento o preço de petróleo ronda os 45 dólares por barril, e isto acontece porque ainda temos elevados níveis de reservas no mercado”, disse ao Negócios Paul Appleby da BP. O economista da companhia britânica explicou que existe actualmente um excesso de reservas de petróleo devido à elevada produção, face ao consumo actual. “Pensamos que a redução de ‘stock’ deverá acontecer ao longo deste ano, talvez no próximo ano, e assim o preço deverá recuperar face ao preço actual”, prevê. A BP prefere não avançar com estimativas sobre qual o valor que o preço do barril poderá atingir no médio prazo. Ainda assim, questionado sobre se o preço do barril poderá voltar a atingir ou superar a barreira dos 100 dólares, o economista apontou que esta possibilidade é real. “É possível, mas isso só poderá acontecer se houver uma falha grande no fornecimento devido a algum evento geopolítico ou algum desastre natural, e estes acontecimentos podem provocar um aumento dramático do preço. A disrupção pode levar o preço acima dos 100 dólares, mas não penso que seja um preço sustentável no longo prazo”, responde Paul Appleby. E seria possível os preços do petróleo baixarem face ao preço actual? “É possível, o preço pode cair mais, mas isto levaria à redução da oferta e o mercado voltaria a equilibrar-se”. Em relação à produção, o economista refere que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tem cumprido o seu acordo de redução. “Prevejo que a OPEP mantenha uma boa discipli- na nos cortes à sua produção”. Sobre o petróleo de xisto norte-americano, o economista da BP aponta que a sua produção “é muito flexível. Se o preço do barril for alto, a produção sobe. Se o preço for baixo, a produção cai. E isto tende a atenuar a flutuação do preço do petróleo”. Paul Appleby refere que o consumo de petróleo em todo o mundo está a registar um “crescimento relativamente forte neste momento em reacção aos preços globais. No longo prazo, esperamos ver uma tendência de crescimento do petróleo”, com destaque para os países em desenvolvimento, como a Índia. Já na Europa, o consumo de petróleo deverá cair no longo prazo. “Isto deve-se ao aumento da eficiência dos automóveis, o que leva a um menor consumo”.