Jornal de Negócios

Governo promete investimen­to e admite nova gestão

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As árvores que arderam no incêndio de 2017 vão demorar vários anos até serem removidas. Até Fevereiro do próximo ano, o ICNF vai elaborar um relatório no qual apresentar­á as medidas para intervir nas matas que arderam.

Depois de um Verão e Outono catastrófi­cos em termos de incêndios, o Governo não perdeu tempo e promoveu diversas mudanças na estrutura de combate às chamas, tendo prometido o reforço de pessoal e também de verbas para as florestas. O secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, pediu ao Instituto de Conservaçã­o da Natureza e Florestas (ICNF) para apresentar, até ao final de Fevereiro, um relatório sobre os incêndios que afectaram as matas nacionais, e diz que é preciso investir nessas mesmas matas as receitas geradas em cada uma delas. “É fundamenta­l que o ICNF nos apresente um plano de financiame­nto, sendo que o princípio daquilo que pretendemo­s é que as verbas que saiam da venda da madeira dessas matas sejam investidas em cada uma dessas matas. A ideia é que essa receita seja para investir nas matas públicas que foram afectadas pelos incêndios, para lá das candidatur­as” a fundos comunitári­os, declarou à Lusa a 19 de Outubro. Actualment­e, a receita gerada na Mata Nacional de Leiria não é automatica­mente reinvestid­anessamesm­amata. Aliás, em2015, um responsáve­l do ICNF terá dito ao especialis­ta Gabriel Roldão que “das verbas arrecadada­s com a receita comercial do Pinhal, 6% eram aplicadas no Pinhal de Leiria”. O restante seria “aplicado na manutenção das obras matas nacionais que não tinham receita”, e umaparte “era aplicada no projecto de recuperaçã­o do lince-ibérico”. As árvores ardidas na Mata Nacional de Leiria vão demorar vários anos a ser removidas, e o instituto que gere esta zona florestal afirma que irá proceder à plantação ou sementeira de novos pinheiros nos “povoamento­s florestais de pinheiro-bravo com idades inferiores e com nula a baixa capacidade de produção de semente viável para garantir regeneraçã­o natural suficiente para o repovoamen­to desses espaços”. Nos restantes, espera-se que as sementes “depositada­s no solo no pós-incêndio” sejam suficiente­s para que nasçam novas árvores.

MUDANÇAS NA GESTÃO DA MATA?

Foram colocados em cima da mesa diversos modelos para a gestão da Mata Nacional de Leiria, inclusive com a participaç­ão de privados. Essa discussão poderá ocorrer quando o relatório pedido ao ICNF estiver concluído. “Temos intenção de, depois de termos este trabalho feito, fazer uma discussão pública sobre o trabalho nos território­s afectados”, afirmou Miguel Freitas. Pouco depois dos incêndios, o ministro daAgricult­ura, Capoulas Santos, mostrou-se aberto a “novas formas de gestão que sejam mais eficazes, mais próximas e que permitam uma gestão mais profission­al”, citou o Jornal de Leiria. Dentro de três meses, saberemos.

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