Jornal de Negócios

CGD lidera processos de venda de projectos problemáti­cos

- DIOGO CAVALEIRO

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) assumiu, há anos, a tarefa de liderar os processos de alienação dos projectos que se revelaram problemáti­cos e que obrigaram à constituiç­ão de imparidade­s de centenas de milhões de euros. A Artlant é um exemplo, a par de Vale do Lobo. Enquanto principal credora, a CGD está na linha da frente das negociaçõe­s com a Indorama para alienar os activos da Artlant, uma fábrica em que está envolvida desde o seu nascimento. Houve contactos com vários potenciais interessad­os, mas só chegou uma proposta final, já no mandato da gestão encabeçada por Paulo Macedo. A Artlant chegou a ser o maior devedor da instituiçã­o financeira. “A Caixa nunca deixou de apoiar, durante os últimos anos em que a empresa passou por graves dificuldad­es, a continuaçã­o desta fábrica, bem como a manutenção de mais de uma centena de postos de trabalho directos”, diz o banco, numa nota às redacções. Outro exemplo é Vale do Lobo. É a CGD que assume as rédeas do negócio de venda, sendo que o Expresso noticiou já que o fundo de reestrutur­ação ECS é o provável comprador do empreendim­ento no Algarve. O banco liderado por Paulo Macedo ficou com os dossiês em mãos tendo em conta o peso da dívida das entidades e a sua incapacida­de de reembolso. Neste momento, estes são créditos já reconhecid­os como perdidos, tendo já penalizado as contas da Caixa Geral de Depósitos no passado. A concessão de créditos é uma das áreas de análise para que a EY está a olhar no âmbito da auditoria promovida pelo Governo à gestão da CGD. Também há um inquérito judicial a práticas no banco a decorrer no Ministério Público.

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