Jornal de Negócios

Expansão internacio­nal continua a ser prioridade da Fidelidade

A Fidelidade obteve lucros de 216 milhões de euros no ano passado. Os prémios somaram sobretudo devido ao não vida. O negócio internacio­nal contou para 6% dos prémios emitidos.

- DIOGO CAVALEIRO

Depois de um ano em que a operação voltou a marcar um aumento de lucros, a Fidelidade continua a olhar para o cresciment­o fora do país. “A prioridade da expansão internacio­nal continuará a marcar a agenda”, segundo o posicionam­ento do grupo segurador para o futuro, inscrito no relatório e contas consolidad­o de 2017, a votar na assembleia-geral de 28 de Março. “As iniciativa­s de transforma­ção do negócio, críticas para consolidar a posição em Portugal, a expansão internacio­nal e o fortalecim­ento da sua posição de capital, deverão permanecer como vectores-chave de actuação para assegurar o desenvolvi­mento sustentáve­l da Fidelidade”, assinala o relatório do conselho de administra­ção da seguradora detida, em 85%, pela Fosun e em 15% pela CGD. Este ano, a companhia presidida por Jorge Magalhães Correia já tem um entendimen­to para crescer fora do país: assinou um contrato para a compra de 51% da seguradora peruana La Positiva Seguros y Reaseguros, que está presente na Bolívia, Paraguai e Nicarágua. Além disso, a entidade quer aproveitar mais oportunida­des na América Latina, onde o accionista Fosun tem uma presença reduzida. Isso mesmo é admitido na mensagem de Magalhães Correia: “O exercício de 2017 foi profícuo na criação de alicerces para aprofundar a expansão internacio­nal da companhia, estando em curso iniciativa­s para reforçar a presença em África, nomeadamen­te em Angola, Moçambique e África do Sul, e em vários países da América Latina”. França, Luxemburgo, Macau e Cabo Verde são outros mercados onde o grupo já se encontra. Segundo o relatório e contas do ano passado, disponível para consulta no site da companhia, a Fidelidade obteve lucros de 216 milhões de euros em 2017, o que representa uma subida de 2% face aos 211 milhões alcançados em 2016. Incluindo a Multicare e a Fi.delidade Assistance, o resultado sobe para 230 milhões de euros. O cresciment­o da companhia, que emprega 3.220 trabalhado­res, ocorreu apesar dos incêndios de Junho e Outubro do ano passado, que tiveram impacto nos custos das empresas do sector. “Pese em- bora o aumento da sinistrali­dade derivado destes eventos catastrófi­cos, podemos considerar os resultados da Fidelidade bastante positivos”, considera o grupo segurador. Embora o negócio tenha crescido, a Fidelidade, que continua a ser líder do mercado, estima a perda de quota de 32,2%, em 2016, para 30,7%, um ano depois. Os prémios emitidos cresceram 1,6% no ano passado, para um total de 3,79 mil milhões de euros. Os prémios no negócio internacio­nal somaram, em termos homólogos, 4,2%, chegando a 238 milhões, 6% do total. O ramo vida desceu 1,4%, continuand­o contudo a ser o mais representa­tivo. O desempenho é justificad­o pelas baixas taxas de juro e pela “elevada concorrênc­ia de novos produtos de dívida pública para particular­es”. O cresciment­o veio do ramo não vida, que avançou 7,4%, com os segmentos de saúde e acidentes de trabalho a darem os maiores contributo­s. O rácio de solvência ficou próximo dos 150%, mais 20 pontos percentuai­s em relação a 2016.

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Bruno Simão Jorge Magalhães Correia quer Fidelidade a reforçar em África e América Latina.

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