“É possível fazer abertura em bolsa da empresa europeia”
Visabeira quer atingir em 2020 negócios de mil milhões de euros.
Ogrupo Visabeira garante que não sairá de Viseu, onde está sediado. Nuno Miguel Marques, CEO do grupo, fala do processo de internacionalização da empresa e de como quer chegar a 2020 com uma facturação de mil milhões de euros.
O vosso principal negócio é de infra-estruturas de telecomunicações. Portugal continua a ser interessante nessa área?
Portugal é um ‘case study’. Tem das infra-estruturas de telecomunicações mais avançadas da Europa. Temos operadores que investiram na tecnologia, que se anteciparam face aos congéneres europeus e portanto temos um sector maduro, altamente competitivo e que para nós, Visabeira, continua a ser muito importante. Quanto mais não seja pela formação de recursos, pela estabilidade que dá e que potencia, e essa própria experiência e know how acumulado permitiu e potenciou a entrada noutros países e a nossa internacionalização.
Nomeadamente França.
Não só, mas também. Na Europa, entrámos em França há cerca de 14 anos, foi o primeiro país por onde internacionalizámos na Europa, mas neste momento já estamos bastante dispersos. O nosso objectivo é sermos o maior prestador de serviços europeu ao nível de telecomunicações, electricidade e gás.
Como tem sido feito o caminho?
Actualmente somos umdos principais prestadores de serviços da France Télécom. A prova é que ganhámos recentemente um contrato de construção de rede de fibra óptica na ilha Martinica em que fomos convidados pela France Télécom para ir em consórcio . É um projecto de 100 milhões de euros para a construção de rede de fibra óptica. Depois, actualmente na Alemanha somos também ‘preferred partner’ da Deutsche Telekom em diversas regiões; na Bélgica somos o maior prestador de serviços da Belgacom; em Itália, entrámos no início de 2017 através da aquisição de umaempresa local que era um dos principais prestadores de serviços da Enel; na Dinamarca também estamos presentes com a TDC e a Huawei. Diria que hoje em dia em toda a Europa, até fruto do atraso que há em relação a Portugal, existe um investimento massivo na construção de novas redes de telecomunicações a nível de fibra óptica.
Consegue atingir o objectivo de ser o principal prestador europeu daqui a quanto tempo?
Em 2020 seremos o maior prestador de serviços de telecomunicações europeu.
Electricidade e gás está mais atrás.
Electricidade e gás está mais atrás. Temos uma presença importante em França, em Itália, na Bélgica também já iniciámos actividade. Portanto as telecomunicações estão um pouco mais à frente do que o mercado de electricidade e gás mas são complementares e têm, ao nível operacional, sinergias importantes.
Em Itália e em França também cresceram por aquisições. Admitem atingir o patamar em 2020 com mais aquisições?
Nós actualmente na Europa, fora Portugal, fizemos essencialmente 270 milhões de euros. Desses, 20% foram através de aquisição, 80% foi através do crescimento orgânico. Naturalmente o crescimento orgânico continuará a ser um dos principais ‘drivers’ do nosso crescimento, mas numa tendência de consolidação do próprio mercado europeu e de cada um dos países é naturalmente possível que haja um crescimento também por aquisições pontuais.
Em termos de grupo Visabeira, quais os planos de crescimento para 2018?
Temos expectativas muito ambiciosas de crescimento. Estamos num momento em que dependemos mais de nós próprios, e da nossa capacidade de realização, do que de terceiros. Porque existe potencial de negócio. Estamos num momento muito forte ao nível do crescimento internacional. Estamos numa perspectiva de gestão das oportunidades para conseguirmos fazer este nosso crescimento sustentado e não defraudar nenhuma expectativa. Estamos a entrar no Reino Unido, através de um contrato com a própria British Telecom para a construção de redes de fibraóptica. Ao mesmo tempo estamos afazer investimentos emdiversos países e com necessidades de crescimento transversais. Nós terminámos 2017 com 640 milhões de euros de volume de negócios e pretendemos em 2018 atingir os 750 milhões. Portanto, estamos a falar de um crescimento bastante ambicioso.
E para quando os mil milhões?
O objectivo é 2020.
A Visabeira quer ser, em 2020, o maior prestador de serviços europeu nas telecomunicações. Admite aquisições, mas garante que o crescimento orgânico é um dos motores. Como grupo quer atingir nesse ano os mil milhões de euros de negócios. “Em 2020 seremos o maior prestador de serviços de telecomunicações europeu.” “Estamos num momento em que dependemos mais de nós próprios do que de terceiros.”