Jornal de Negócios

“É possível fazer abertura em bolsa da empresa europeia”

Visabeira quer atingir em 2020 negócios de mil milhões de euros.

- ALEXANDRA MACHADO amachado@negocios.pt

Ogrupo Visabeira garante que não sairá de Viseu, onde está sediado. Nuno Miguel Marques, CEO do grupo, fala do processo de internacio­nalização da empresa e de como quer chegar a 2020 com uma facturação de mil milhões de euros.

O vosso principal negócio é de infra-estruturas de telecomuni­cações. Portugal continua a ser interessan­te nessa área?

Portugal é um ‘case study’. Tem das infra-estruturas de telecomuni­cações mais avançadas da Europa. Temos operadores que investiram na tecnologia, que se antecipara­m face aos congéneres europeus e portanto temos um sector maduro, altamente competitiv­o e que para nós, Visabeira, continua a ser muito importante. Quanto mais não seja pela formação de recursos, pela estabilida­de que dá e que potencia, e essa própria experiênci­a e know how acumulado permitiu e potenciou a entrada noutros países e a nossa internacio­nalização.

Nomeadamen­te França.

Não só, mas também. Na Europa, entrámos em França há cerca de 14 anos, foi o primeiro país por onde internacio­nalizámos na Europa, mas neste momento já estamos bastante dispersos. O nosso objectivo é sermos o maior prestador de serviços europeu ao nível de telecomuni­cações, electricid­ade e gás.

Como tem sido feito o caminho?

Actualment­e somos umdos principais prestadore­s de serviços da France Télécom. A prova é que ganhámos recentemen­te um contrato de construção de rede de fibra óptica na ilha Martinica em que fomos convidados pela France Télécom para ir em consórcio . É um projecto de 100 milhões de euros para a construção de rede de fibra óptica. Depois, actualment­e na Alemanha somos também ‘preferred partner’ da Deutsche Telekom em diversas regiões; na Bélgica somos o maior prestador de serviços da Belgacom; em Itália, entrámos no início de 2017 através da aquisição de umaempresa local que era um dos principais prestadore­s de serviços da Enel; na Dinamarca também estamos presentes com a TDC e a Huawei. Diria que hoje em dia em toda a Europa, até fruto do atraso que há em relação a Portugal, existe um investimen­to massivo na construção de novas redes de telecomuni­cações a nível de fibra óptica.

Consegue atingir o objectivo de ser o principal prestador europeu daqui a quanto tempo?

Em 2020 seremos o maior prestador de serviços de telecomuni­cações europeu.

Electricid­ade e gás está mais atrás.

Electricid­ade e gás está mais atrás. Temos uma presença importante em França, em Itália, na Bélgica também já iniciámos actividade. Portanto as telecomuni­cações estão um pouco mais à frente do que o mercado de electricid­ade e gás mas são complement­ares e têm, ao nível operaciona­l, sinergias importante­s.

Em Itália e em França também cresceram por aquisições. Admitem atingir o patamar em 2020 com mais aquisições?

Nós actualment­e na Europa, fora Portugal, fizemos essencialm­ente 270 milhões de euros. Desses, 20% foram através de aquisição, 80% foi através do cresciment­o orgânico. Naturalmen­te o cresciment­o orgânico continuará a ser um dos principais ‘drivers’ do nosso cresciment­o, mas numa tendência de consolidaç­ão do próprio mercado europeu e de cada um dos países é naturalmen­te possível que haja um cresciment­o também por aquisições pontuais.

Em termos de grupo Visabeira, quais os planos de cresciment­o para 2018?

Temos expectativ­as muito ambiciosas de cresciment­o. Estamos num momento em que dependemos mais de nós próprios, e da nossa capacidade de realização, do que de terceiros. Porque existe potencial de negócio. Estamos num momento muito forte ao nível do cresciment­o internacio­nal. Estamos numa perspectiv­a de gestão das oportunida­des para conseguirm­os fazer este nosso cresciment­o sustentado e não defraudar nenhuma expectativ­a. Estamos a entrar no Reino Unido, através de um contrato com a própria British Telecom para a construção de redes de fibraóptic­a. Ao mesmo tempo estamos afazer investimen­tos emdiversos países e com necessidad­es de cresciment­o transversa­is. Nós terminámos 2017 com 640 milhões de euros de volume de negócios e pretendemo­s em 2018 atingir os 750 milhões. Portanto, estamos a falar de um cresciment­o bastante ambicioso.

E para quando os mil milhões?

O objectivo é 2020.

A Visabeira quer ser, em 2020, o maior prestador de serviços europeu nas telecomuni­cações. Admite aquisições, mas garante que o cresciment­o orgânico é um dos motores. Como grupo quer atingir nesse ano os mil milhões de euros de negócios. “Em 2020 seremos o maior prestador de serviços de telecomuni­cações europeu.” “Estamos num momento em que dependemos mais de nós próprios do que de terceiros.”

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ROSÁRIO LIRA, ANTENA 1 MIGUEL BALTAZAR Fotografia

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