A escalada das acções tecnológicas está ameaçada?
Depois das quedas registadas no final do ano passado, o sector tecnológico voltou a máximos históricos no arranque de 2018. Na semana passada, as perdas regressaram numa tendência que foi liderada pelo Facebook. A rede social foi penalizada pelas notícias que apontam para a utilização indevida da informação de mais de 50 milhões de utilizadores. Estará a escalada deste sector em risco ou ainda há margem para mais ganhos? “Avolatilidade no sector tecnológico em Novembro/Dezembro deveu-se à rotação dos investidores para sectores como banca, media e telecomunicações que têm potencial para beneficiar com a reforma fiscal proposta nos Estados Unidos”, defende Johannes Jacobi. Para o especialista de produto de Inteligência Artificial da AllianzGI, as acções tecnológicas, em máximos históricos, foram as “vítimas” desta tomada e mais-valias. Isto porque “esta tomada de mais-valias não foi conduzida por nenhuma deterioração das perspectivas fundamentais do sector”, adianta o mesmo especialista. Aliás, Johannes Jacobi realça que estas perspectivas “nunca foram tão fortes devido à procura em áreas como a inteligência artificial, ‘big data’ e ‘cloud’”. “Os próximos anos podem ser muito interessantes do lado das empresas pois o aumento do investimento e gastos em produtividade impulsionam tecnologias como inteligência artificial e pode levar a um crescimento mais sustentável” frisa o especialista da AllianzGI. “Acreditamos que a economia global está a começar a ver os impactos da inteligência artificial, robótica e automação avançada na sociedade e que esses impactos serão transformadores”, diz. As empresas do sector que invistam nas áreas de inovação “certas” podem ter resultados “mais fortes e durar mais tempo do que em qualquer outro ciclo do negócio no passado”. E, defende o especialista, isso pode “resultar num melhor desempenho das acções face aos pares nos próximos anos”.
Especialista de produto de Inteligência Artificial da AllianzGI