Governar para a propaganda
Já aqui falei do tema do embuste governamental no caso das pensões atribuídas a quem tem carreiras contributivas longas. O governo, recorde-se, fez um “blitz” propagandístico vendendo a ideia de que beneficiou todos aqueles que entraram cedo na vida profissional. Foi uma questão de tempo até este jornal denunciar o dá-aqui-tiraali (o fim do fator de sustentabilidade foi anulado pelo fim das bonificações). Primeira questão: Bloco e PCP, que agorase armamemvirgens ofendidas, não sabiam daartimanha? Sabiam seguramente. Mas enquanto não se descobriu a jogatana, apareceram como os grandes protetores das pessoas que começaram atrabalhar “aindacrianças”. Mas o faz de conta não ficou por aqui. Na semanapassadao governo saiu-se com outra: criou uma taxa para penalizar as empresas que abusam de contratos a prazo. Novamente PS, Bloco e PCP cavalgaram aonda... Só que estamos perante mais um embuste. António Saraiva, presidente da CIP, já veio explicar que no último ano mais de 90% das pessoas contratadas pelas empresas foram-no sem termo certo. Ou seja, não é um problema! Segunda pergunta: qual o interesse em mexer na legislação laboral para penalizar (apenas) 10% das empresas? Resposta: votos. PS, Bloco e PCP precisam de fazer boa figura perante o eleitorado de esquerda, crucial para o seu futuro nas eleições de 2019. E a avaliar pelas sondagens de opinião, que dão o PS próximo da maioria absoluta, percebemos que todo este faz de conta (de quem governa) está a ser muito bem vendido.