Jornal de Negócios

Vieira da Silva já admite um período transitóri­o

As pessoas “não verão goradas as suas expectativ­as”, garantiu o ministro, depois das críticas.

- CAP

Vieira da Silva admite aprovar um período transitóri­o que na prática permita que as pessoas não deixem de se poder reformar de um momento para o outro. Mas em declaraçõe­s à SIC Notícias, esta quinta-feira à noite, o ministro da Segurança Social não esclareceu até quando dura esse período.

“Não acredito em transições abruptas”, afirmou o ministro. Sempre que há mudanças no Ministério da Segurança Social, “tento que haja um processo de transição que não vá contra as expectativ­as das pessoas”, acrescento­u. “E assim acontecerá desta vez: as pessoas não verão goradas as suas expectativ­as”, garantiu.

O ministro admitiu que as pessoas que só completam, por exemplo, 40 anos de carreira quando têm 61 de idade – e que nos termos que anunciou esta quarta-feira deixariam de se poder reformar antecipada­mente daqui a um ano – se possam reformar com penalizaçã­o do factor de sustentabi­lidade.

Só que o ministro não explicou até quando durará este período transitóri­o, nem se irá além de Outubro, como já se admitia. Questionad­a perto da hora de fecho desta edição, fonte oficial do Ministério Social não esclareceu em tempo útil a que período transitóri­o é que Vieira da Silva se refere.

Os documentos discutidos em concertaçã­o social e as explicaçõe­s que o ministro deu aos jornalista­s na quarta-feira não contemplam o tal período transitóri­o, se este se prolongar além de Outubro de 2019. PS JÁ ADMITE TRAVAR MEDIDA

As declaraçõe­s do ministro da Segurança Social surgiram no final de um dia marcado por reacções negativas à sua proposta original. Até o PS admitiu corrigir a medida para garantir que o sistema se torne “melhor e não pior”.

Carlos César, presidente do PS, admitiu alterar as normas. “Se se revelar que essa clarificaç­ão é necessária para os objectivos do Governo que é o de melhorar a acessibili­dade à reforma antecipada e de eliminar as penalizaçõ­es é isso mesmo que faremos”.

Com isto, e já depois das declaraçõe­s de protesto do PCP, o Bloco de Esquerda concluiu, através do deputado José Soeiro, que a medida anunciada na quarta-feira por Vieira da Silva não tem condições para ser aprovada.

“Pelas declaraçõe­s de hoje dos três partidos que negoceiam o Orçamento do Estado, parece-me que fica claro que o Governo não tem o apoio nem do Bloco, nem do PCP, nem do PS” para avançar com a medida, afirmou o deputado José Soeiro, em declaraçõe­s à agência Lusa.

“Essa norma não deve fazer regredir nenhum outro direito que já estava adquirido. CARLOS CÉSAR Presidente do PS

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