TAP vai ter menos 1.600 trabalhadores no fim deste ano
O ministro das Infraestruturas disse que já saíram 1.200 trabalhadores da companhia aérea e que até ao fim do ano serão 1.600. Reforço da frota da Portugália pode ajudar a travar ataque das “low-cost”.
A crise no setor da aviação provocada pela covid-19 levou a que até agora tenham saído da TAP 1.200 trabalhadores, revelou o ministro das Infraestruturas e da Habitação esta quinta-feira no Parlamento, acrescentando que até ao final deste ano essas saídas atingirão os 1.600.
Sobre o plano de reestruturação que a companhia aérea terá de entregar em Bruxelas até 10 de dezembro, o governante salientou que os prazos serão cumpridos, podendo até ser antecipados – para novembro, como já admitiu o secretário de Estado do Tesouro – acrescentando que os objetivos do documento “são garantir a sustentabilidade da companhia aérea”. “A melhor forma de garantirmos emprego é ter uma companhia sustentável”, afirmou.
O ministro escusou-se a antecipar conclusões “de um trabalho que está a ser feito”, mas frisou que, no âmbito do processo de reestruturação, será feito um “redimensionamento da empresa” com “impacto em todas as áreas”. “Não podemos fazer de outra maneira, mantendo empregos que depois não têm trabalho”, disse.
Pedro Nuno Santos frisou que a TAP está a operar a 30%, mas “vai subir ligeiramente”, explicando que isso não acontece porque o deseja, mas porque “não tem procura, não tem clientes”. Aliás, apontou que algumas rotas para o Porto estão a operar com lotação inferior a 50%, o que é prejuízo para a transportadora aérea.
Reforço da frota da Portugália em estudo
O ministro adiantou que está a ser estudada a possibilidade de reforçar a frota da Portugália de forma que o grupo TAP consiga ser “competitivo com companhias ‘ low-cost’, nomeadamente Ryanair, Easyjet e Transavia, que estão a atacar o nosso mercado”.
O governante afirmou que a Portugália tem “aviões mais pequenos e mais baratos, que podem ser usados para fazer operação ponto a ponto”. Frisando que a frota desta companhia é composta por 13 aeronaves, o que considera “muito reduzida”, Pedro Nuno Santos adiantou que está a ser estudado o reforço “da frota da Portugália para fazermos ligações ponto a ponto a partir do Porto e de Faro”.