Jornal de Negócios

TAP vai ter menos 1.600 trabalhado­res no fim deste ano

O ministro das Infraestru­turas disse que já saíram 1.200 trabalhado­res da companhia aérea e que até ao fim do ano serão 1.600. Reforço da frota da Portugália pode ajudar a travar ataque das “low-cost”.

- MARIA JOÃO BABO Miguel A. Lopes/Lusa

A crise no setor da aviação provocada pela covid-19 levou a que até agora tenham saído da TAP 1.200 trabalhado­res, revelou o ministro das Infraestru­turas e da Habitação esta quinta-feira no Parlamento, acrescenta­ndo que até ao final deste ano essas saídas atingirão os 1.600.

Sobre o plano de reestrutur­ação que a companhia aérea terá de entregar em Bruxelas até 10 de dezembro, o governante salientou que os prazos serão cumpridos, podendo até ser antecipado­s – para novembro, como já admitiu o secretário de Estado do Tesouro – acrescenta­ndo que os objetivos do documento “são garantir a sustentabi­lidade da companhia aérea”. “A melhor forma de garantirmo­s emprego é ter uma companhia sustentáve­l”, afirmou.

O ministro escusou-se a antecipar conclusões “de um trabalho que está a ser feito”, mas frisou que, no âmbito do processo de reestrutur­ação, será feito um “redimensio­namento da empresa” com “impacto em todas as áreas”. “Não podemos fazer de outra maneira, mantendo empregos que depois não têm trabalho”, disse.

Pedro Nuno Santos frisou que a TAP está a operar a 30%, mas “vai subir ligeiramen­te”, explicando que isso não acontece porque o deseja, mas porque “não tem procura, não tem clientes”. Aliás, apontou que algumas rotas para o Porto estão a operar com lotação inferior a 50%, o que é prejuízo para a transporta­dora aérea.

Reforço da frota da Portugália em estudo

O ministro adiantou que está a ser estudada a possibilid­ade de reforçar a frota da Portugália de forma que o grupo TAP consiga ser “competitiv­o com companhias ‘ low-cost’, nomeadamen­te Ryanair, Easyjet e Transavia, que estão a atacar o nosso mercado”.

O governante afirmou que a Portugália tem “aviões mais pequenos e mais baratos, que podem ser usados para fazer operação ponto a ponto”. Frisando que a frota desta companhia é composta por 13 aeronaves, o que considera “muito reduzida”, Pedro Nuno Santos adiantou que está a ser estudado o reforço “da frota da Portugália para fazermos ligações ponto a ponto a partir do Porto e de Faro”.

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Pedro Nuno Santos diz que todas as partes vão ser chamadas a participar no esforço da TAP.

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