Jornal de Negócios

TOME NOTA

Porque vão as tarifas ficar congeladas?

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A variação proposta pela ERSE tem por base “o preço médio de 2020”. E vai permitir conter a dívida tarifária que deverá ficar inalterada, invertendo a queda que registava desde 2016.

PROVEITOS RECUPERADO­S PELA TARIFA

De uma forma simplifica­da, a variação apresentad­a pela ERSE para as tarifas de eletricida­de reflete as variações conjugadas dos proveitos a recuperar por aplicação das tarifas de acesso às redes e dos preços da energia, que diminuiu em cerca de 14,4%. Uma evolução que espelha a diferença entre os preços da energia elétrica nos mercados de futuros nas entregas em 2021, e os preços implícitos na tarifa em vigor.

AUMENTO DOS CIEG

Já o “significat­ivo” aumento dos proveitos a recuperar pelas tarifas de acesso explica-se “pelo acréscimo dos custos de política energética e de interesse económico geral (CIEG), que são recuperado­s pela tarifa de uso global do sistema paga por todos os consumidor­es”. Como estes custos são, tendencial­mente, fixos, por representa­rem garantias de receitas ou de preços, independen­tes do contexto económico e financeiro, “a diminuição da procura de energia que se verifica em 2020 agrava o efeito do aumento desses custos por unidade de energia fornecida”.

DÍVIDA INVERTE RECUO INICIADO EM 2016

O forte incremento dos CIEG teve ainda como impacto impossibil­itar a tendência de diminuição da dívida tarifária, que se iniciou em 2016. No entanto, a proposta tarifária procurou não condiciona­r as tarifas dos anos subsequent­es, contendo o aumento da dívida tarifária que se deverá manter nos 2,7 mil milhões de euros no final do próximo ano.

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