Jornal de Negócios

Linhas de crédito podem custar 120 milhões

- ANDRÉ VERÍSSIMO

Os encargos com a execução de garantias das linhas de crédito para as empresas deverão crescer de 30 milhões de euros este ano para 120 milhões em 2021, prevê o Orçamento do Estado. Um montante ainda assim reduzido face ao cresciment­o muito significat­ivo das garantias prestadas.

As Finanças estimam fechar este ano com cerca de 6.000 milhões de euros em garantias no âmbito das linhas de crédito lançadas para apoiar a tesouraria das empresas e que foram canalizada­s através do setor financeiro. Se o devedor não saldar o empréstimo, o banco executa a garantia junto do Estado, o que este ano deverá custar 30 milhões. Mas o encargo vai subir.

O Orçamento para 2021 prevê o lançamento de até mais 6.000 milhões em linhas de crédito garantidas pelo Estado, pondo a fasquia perto dos 13.000 milhões autorizado­s pela Comissão Europeia. O custo com a execução das garantias também dispara para 120 milhões.

Este encargo poderá continuar a aumentar nos próximos anos, se mais empresas forem incapazes de reembolsar os empréstimo­s. Uma das condições das linhas é a carência de capital durante 12 a 18 meses. Quando esse prazo passar, é provável que mais empresas deixem de conseguir pagar, levando a banca a acionar as garantias.

Já foram lançadas linhas no valor global de 6.200 milhões, já esgotadas, a que se juntaram outras duas, de 1.400 milhões, ainda disponívei­s. Estas últimas destinam-se a médias, micro e pequenas empresas e preveem financiame­ntos entre 50 mil e 2.000 euros, com prazos até seis anos.

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