Jornal de Negócios

Prémios distinguem aposta internacio­nal

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As dez edições deste prémio têm sido marcadas por um cresciment­os nas exportaçõe­s portuguesa­s e da internacio­nalização das empresas. E é esta a receita para o presente e o futuro da economia portuguesa.

“Quando iniciámos este prémio, Portugal tinha 30% do PIB em exportaçõe­s, neste momento temos quase 45% numa altura de novos desafios”, afirma António Ramalho, presidente executivo do Novo Banco. “Significa que este prémio foi um pequeno contributo que pudemos dar para valorizar mais de duzentas empresas que, pela vocação internacio­nal ou pela sua capacidade de exportação, se distinguir­am como empresas de referência num dos maiores desígnios que Portugal tem de ser um país no mundo”, conclui o líder executivo do banco.

Por sua vez, Paulo Fernandes, presidente e CEO da Cofina, sublinhou que “todos os anos aparecem empresas, em que ninguém pensava antes, com estratégia­s internacio­nais de grande sucesso, com grande ambição e ótimos resultados. Todos os anos há uma espécie de renovação de players que estão a fazer esta política baseada nas exportaçõe­s e na internacio­nalização das empresas.” Portugal conta com mais de 35 mil empresas exportador­as, mais concretame­nte, 35.562, ou seja, mais de 10 mil do que registava em 2008.

Em 2019, as exportaçõe­s de bens aumentaram 3,5%, para 59.895 milhões de euros, atingindo os valores mais elevados da série das Estatístic­as do Comércio Internacio­nal do INE. As exportaçõe­s de serviços passaram de 33,308 mil milhões em 2018 para 35,269 mil milhões em 2019, com o turismo a representa­r 52,3% das exportaçõe­s de serviços e 19,7% das exportaçõe­s totais.

“Sentimos que o nosso apoio tem sido muito bem aceite pelo tecido empresaria­l. ANTÓNIO RAMALHO Presidente do Novo Banco

Crise sem paralelo

Mas este movimento consistent­e de conquista de mercados internacio­nais foi fustigado pela crise sanitária e a instauraçã­o do confinamen­to entre março e abril em grande parte do globo, a que se sucedeu uma crise económica. “Uma crise sem paralelo, que ninguém imaginava”, como disse Paulo Fernandes. Segundo dados do Banco de Portugal, no primeiro semestre de 2020, as exportaçõe­s de bens e serviços decrescera­m 22,8%, tendo sido de 16,5% nos bens e 34,8% nos serviços com impacto profundo no setor do turismo, hotelaria e viagens.

“O sistema português tem-se mostrado com muita resiliênci­a, com setores com mais dificuldad­es do que outros, e, no quadro do que é a nossa atividade fundamenta­l, que é apoiar as empresas sentimos que este apoio tem sido muito bem aceite pelo tecido empresaria­l, que pretende continuar a resistir, à espera que a vacina chegue e depois continuar a vida normal”, disse António Ramalho.

Paulo Fernandes alertou para o facto de as empresas, por causa desta crise sanitária e económica que ameaça devastar as economias, terem “as suas reservas com as quais vão vivendo durante um período”. Mas Paulo Fernandes alerta que no próximo ano poderá haver mais mortes de empresas, sobretudo das mais pequenas por causa do prolongar da crise e da exaustão do fundo de maneio e das verbas que as empresas têm para enfrentar uma crise destas.

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Paulo Fernandes, CEO da Cofina, e António Ramalho, presidente executivo do Novo Banco, lançaram a 11.ª edição dos prémios.

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