Rotas da TAP para o Porto voltam a gerar tensão com autarquia
Rui Moreira não gostou de ouvir o ministro destacar os prejuízos das quatro rotas criadas recentemente e desafiou-o a acabar com elas.
O ministro das Infraestruturas disse no Parlamento que as quatro rotas criadas no aeroporto do Porto durante a pandemia, para Amesterdão, Milão, Zurique e Ponta Delgada, estão, em média, com uma lotação de 46%, o que significa “um prejuízo para a TAP”.
Uma frase que Rui Moreira não gostou de ouvir e, nas redes sociais, ironizou: “Pelos vistos, são as quatro rotas do Porto que dão prejuízo à TAP. As rotas de Lisboa darão lucro. (...) Senhor Ministro, são boas notícias. Se são as quatro rotas do Porto que dão prejuízo, pare com elas. Mas, por favor, incorpore a TAP na Carris ou na muito rentável Soflusa. Nós não nos importamos, havemos de encontrar uma solução.”
O autarca escreveu ainda que “a nova rota Lisboa/Bilbau deve ser um ‘must’ em termos de rentabilidade e importantíssima para uma estratégia nacional. Promover visitas ao Guggenheim basco é ‘top’”. “Para Lisboa é ótimo: fica com a TAP que, sem o prejuízo do Porto, deixa de ser um perdócio. Para o resto do país - para a província em que alegremente nos incluímos - é uma maravilha, porque a TAP deixa de nos custar dinheiro”, frisou.
Ainda em maio Rui Moreira não poupou críticas ao plano de retoma da atividade da companhia aérea, interrompida em março devido à pandemia, e que, segundo foi então noticiado pelo Jornal de Notícias, envolvia 71 rotas a partir do aeroporto de Lisboa e apenas três com partida do Porto. “Consideramos insultuosa para a região que a TAP, enquanto pede dinheiro público para sobreviver, não consiga esconder que planeia retomar a sua atividade com uma desproporção no número de rotas”, disse então.
Agora, na sequência da nova polémica, o ministro das Infraestruturas entendeu, no final de sexta-feira passada, esclarecer que “nunca disse que as únicas rotas que dão prejuízo à TAP fossem as quatro referidas” na audição parlamentar, onde assumiu mesmo que a companhia “está neste momento a perder dinheiro em praticamente todas as rotas”.
Pedro Nuno Santos reafirmou ainda que “se pretende apostar na TAP Express (Portugália) para ser um dos instrumentos que permita à TAP aproveitar melhor os aeroportos de Porto e Faro”.