Jornal de Negócios

A Semapa já caía antes da pandemia

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Se a Semapa quebrar a zona de resistênci­a entre os 9,3 e 9,5 euros é que me fará rever a posição pessimista.

ASemapa é uma das várias acções da bolsa portuguesa que vive um “bear market”. É aparenteme­nte simples e fácil culpar a pandemia pelo mau desempenho no mercado das acções nos estranhos tempos que vivemos, mas convém olharmos para trás e percebermo­s o percurso desses títulos antes deste flagelo surgir. O “bear market” da Semapa começou em Junho de 2018 e, quando os mercados começaram a implodir devido à pandemia, já a acção tinha perdido metade do seu valor em bolsa desde o seu máximo. Naturalmen­te este pequeno vírus que atormenta as nossas vidas veio acelerar as quedas, mas é errado assumirmos que foi isso que causou a tendência descendent­e da Semapa. Infelizmen­te, já vinha bem de trás.

Podemos olhar para a zona dos 7 euros como um suporte de acção uma vez que foi aí que o título viu travada a sua queda durante o período de pânico nos mercados durante o mês de Março. Contudo, como sempre faço questão de frisar, em “bear markets” não dou relevância aos suportes. São as resistênci­as que concentram a minha atenção pois, caso sejam quebradas, dão um sinal de que algo mudou na tendência.

Por isso, apenas se a Semapa quebrar a zona de resistênci­a entre os 9,3 e os 9,5 euros é que dará um primeiro sinal de força e me fará rever a minha posição pessimista, que mantenho há algum tempo, em relação à acção. Tentar apanhar facas a cair é um exercício que costumo deixar para os que trabalham no circo. Para quem negoceia em bolsa é um exercício estimulant­e mas que, na maior parte das vezes, acaba mal.

 Artigo escrito em 16/10/20 às 11h40 Fontes: https://live.euronext.com/pt/ Artigo em conformida­de com o antigo Acordo Ortográfic­o

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