TAP antecipa redução da operação em 30% a 50%
Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, antecipava que as negociações com a Comissão Europeia, a propósito do plano de reestruturação da TAP, seriam duras. Miguel Frasquilho, presidente da transportadora, falava em plano doloroso. Os sindicatos começam a falar de danos incalculáveis, depois das reuniões com a administração que já revelaram pontos do plano. As reuniões com o ministro das Infraestruturas vão decorrer esta semana.
O plano de reestruturação tem de ser entregue à Comissão Europeia até 10 de dezembro, podendo aplicar um corte de dois mil postos de trabalho efetivos e mais 1600 de pessoal a prazo. Dos efetivos, segundo tem sido noticiado, sairão 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine e 750 tripulantes de terra. Mas no caso dos pilotos poderá ficar prevista a contratação de 15 para a Portugália, que será a companhia que disputará mercado mais diretamente com as “low cost”. Haverá, ainda, cortes nos vencimentos de até 25%, poupando-se quem ganha menos. Isto para que o corte de custos atinja no pessoal 187,5 milhões. Os fornecedores também entram na equação com renegociação de contratos, que poderão levar um corte de 1,5 mil milhões até 2025. E haverá menos aviões.
A empresa, numa missiva aos trabalhadores, a que o Negócios teve acesso, diz que vai propor, “nas próximas semanas, um programa de medidas voluntárias, que incluirá rescisões por mútuo acordo, licenças não remuneradas de longo prazo, trabalho a tempo parcial e outros mecanismos voluntários”. Deixa já o aviso: “quanto maior for a adesão, menor será a necessidade de outras medidas a decidir futuramente”. Mas estão já colocados cenários como a suspensão do pagamento de alguns complementos remuneratórios, cortes salariais transversais (...), e ainda a possibilidade de adequar o número de trabalhadores a uma operação que nos próximos anos será reduzida em 30% a 50%, retrocedendo assim a valores vividos há mais de uma década”.
A administração assume já que o corte de receitas nos próximos anos “será colossal”, o que obriga a “uma vigorosa redução de custos”. A TAP tem hoje cerca de 10.600 trabalhadores.