“É preciso uma aposta grande na bioeconomia”
“Consensos e articulações são elementos essenciais para uma boa governação. Se cada um puxar para o seu feudo não vamos a lado nenhum.” “A desmaterialização dos processos de licenciamento das pescas e segurança marítima ainda não está agilizado como deve
Ricardo Serrão Santos afirma que é preciso uma aposta grande nos novos setores da economia do mar e admite que é preciso uma reforma grande da administração pública para acelerar os processos de desmaterialização.
Em matéria de economia do mar fala-se muito da economia de baixo carbono, criação de empregos sustentáveis, preservação dos recursos. Quais são os passos que estão a ser dados para materializar estes objetivos?
De facto não se faz o suficiente para valorizar a importância do mar e dos oceanos nas políticas de descarbonização e na sua importância para a retenção do calor e do dióxido de carbono. Devia haver, e espero que haja, um maior investimento. A outra parte é uma nova indústria, porque esses novos setores da economia do mar ainda têm um peso muito baixo no nosso valor acrescentado bruto. Por exemplo, as questões da biotecnologia marinha e engenharia oceânica, onde já foram dados passos através do “windfloat”. Estas atividades, conjugadas com bons estaleiros e a capacidade de construção que temos, vão contribuir para os processos de descarbonização e de utilização de energias mais limpas. É preciso uma aposta grande em tudo o que seja a bioeconomia e a biotecnologia.
A desmaterialização do processos tem sido um objetivo muito referido por este Governo. No licenciamento das pescas e na segurança marítima em que ponto deste processo se está?
Está em progresso. Além da desmaterialização precisamos de uma reforma da nossa administração pública. É um processo que está a decorrer, mas notam-se sinais de insatisfação porque ainda não está agilizado como deveria. Mas vamos continuar a batalhar por ela, ver quais são os entraves que a estão a dificultar.