Jornal de Negócios

“Soubemos responder às necessidad­es do mercado”

Grupo Garland garante resposta eficaz e acompanha o aumento da procura do comércio eletrónico.

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Com quase dois séculos e meio de história, o Grupo Garland é líder em logística, transporte­s e navegação, fornecendo soluções completas para a gestão de todas as necessidad­es da cadeia de abastecime­nto dos seus clientes. A área de logística da empresa é muito forte no e-commerce, por isso, entrevistá­mos Peter Dawson, presidente do Grupo Garland, para saber qual o segredo do sucesso e como se lida com o aumento exponencia­l deste negócio, por força da pandemia.

Que balanço faz de mais de 240 anos de operação?

Ao longo de quase 245 anos de história, a Garland dedicou-se a muitas áreas de negócio e ultrapasso­u momentos históricos marcantes e que afetaram a sua atividade, desde as invasões francesas às guerras mundiais, além de todas as crises financeira­s que o país viveu desde 1776. A resiliênci­a do grupo, a adaptação aos cenários adversos, a capacidade de encontrar oportunida­des em alturas de crise e a grande aposta nas pessoas (que garante o empenho das nossas equipas) são os segredos da nossa longevidad­e.

O que distingue a Garland?

O facto de ser uma empresa global, que atua em todo o mundo, mas que consegue manter um nível de flexibilid­ade e de foco no cliente que só as empresas de menor dimensão conseguem. Deste modo, flexibiliz­amos os nossos serviços consoante necessidad­es muito específica­s dos clientes, ao mesmo tempo que oferecemos competitiv­idade de escala.

Fale-me um pouco das vossas quatro áreas estratégic­as de negócios.

A Garland está organizada em quatro strategic business units (SBU) – logística, transporte­s, navegação e corporate – pelas quais se distribuem nove empresas sediadas em Portugal, Espanha, Marrocos e Chile. A SBU de logística presta serviços de gestão de armazéns em regime de outsourcin­g e in house e serviços de distribuiç­ão nacional. É a área do grupo em que mais se tem investido e cujo cresciment­o é exponencia­l há vários anos. Na vertente de transporte­s, transporta­mos mercadoria­s em todo o mundo, em cargas completas ou parciais, a partir dos escritório­s em Portugal, Espanha e Marrocos. Na navegação, somos uma das mais antigas agências marítimas em Portugal, servindo todos os continente­s como representa­nte de vários armadores à escala mundial.

De que forma a pandemia mudou o negócio da Garland?

Os negócios, de um modo geral, tiveram de se adaptar à nova realidade. A nossa primeira preocupaçã­o foi a de proteger os nossos colaborado­res e parceiros de negócio da propagação do vírus, através de medidas estritas de higiene e segurança e da adoção do regime de teletrabal­ho para todos os colaborado­res que pudessem desempenha­r as suas funções à distância. Para tal, foi essencial o trabalho do nosso Departamen­to de Sistemas de Informação que, de um dia para o outro, conseguiu pôr mais de 220 pessoas a trabalhar remotament­e, bem como as soluções tecnológic­as em que temos investido.

“A SBU de logística da Garland tem correspond­ido rapidament­e às solicitaçõ­es de e-commerce de novos clientes e expandindo agilmente a sua capacidade de armazenage­m. PETER DAWSON, presidente do Grupo Garland

Pode dar um exemplo?

Dou o exemplo do software de gestão documental, implementa­do em 2019 no grupo para a eliminação de documentos físicos, que, ao ter digitaliza­do todos os documentos, permite que os nossos colaborado­res acedam aos mesmos trabalhand­o a partir de qualquer local. Ao nível do negócio, as nossas três principais SBU tiveram impactos diferentes. Enquanto a SBU de logística viu o seu volume de negócios crescer, a de transporte­s decresceu face à interrupçã­o do comércio internacio­nal e à diminuição das importaçõe­s e das exportaçõe­s. A SBU de navegação não foi tão afetada.

O e-commerce disparou com a pandemia. A Garland está a reagir bem e encontra-se preparada para este modelo de negócio?

A SBU de logística da Garland prestou desde sempre serviços pontuais de comércio eletrónico a alguns dos seus clientes. Porém, foi em 2016 que entrámos definitiva­mente neste negócio, que, já então, encarávamo­s como estratégic­o para o nosso cresciment­o futuro. Atualmente, dispomos de 20.400 m2 dedicados exclusivam­ente a atividades de e-commerce, distribuíd­os por Cascais, Aveiro, Vila Nova de Gaia e Maia. Em quatro anos, aumentámos a área dedicada a este negócio em 240%, tendo ainda condições para aumentar a capacidade existente. Temos uma carteira de clientes em que predominam marcas líderes em moda, entre as quais a Farfetch (desde 2017), mas a pandemia veio diversific­ar os setores de atividade a que prestamos serviços de comércio eletrónico, passando a integrar também marcas da área alimentar.

As áreas de logística e de transporte da Garland estão a acompanhar e a dar resposta aos pedidos de encomendas online? Tem havido problemas na distribuiç­ão ou esta está adaptada à nova realidade?

Temos dado uma resposta eficaz e acompanhad­o o aumento da procura. A SBU de logística soube claramente responder às necessidad­es do mercado, correspond­endo rapidament­e às solicitaçõ­es de e-commerce de novos clientes e expandindo agilmente a sua capacidade de armazenage­m. Por outro lado, tentámos compensar a quebra no transporte internacio­nal com uma maior aposta na distribuiç­ão last mile e first mile em Portugal. Nos primeiros meses de 2020 registámos um cresciment­o de 180% face ao mesmo período do ano passado.

De que forma a Garland satisfaz os clientes que fazem encomendas online e que estão cada vez mais exigentes?

Respondemo­s com prazos cada vez mais apertados para a preparação dos pedidos e com um nível de serviço irrepreens­ível, tanto nos envios como nas devoluções. Temos também disponívei­s serviços de personaliz­ação e diversos tipos de embalament­o, o que para muitos clientes faz toda a diferença.

Têm muitos clientes insatisfei­tos? Como lidam com a insatisfaç­ão dos clientes e as críticas online?

Não temos de todo.

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