Jornal de Negócios

Web Summit: Sustentabi­lidade está na mira dos investidor­es

- ANA BATALHA OLIVEIRA anabatalha@negocios.pt

A Web Summit reúne start-ups de 25 indústrias, sendo a sustentabi­lidade uma delas. O responsáve­l pelos investidor­es no evento afirma que estes começam a ver no investimen­to de impacto uma oportunida­de para conseguir rendibilid­ades mais altas. Haverá 20 mesas rondadas sobre o tema.

Na Web Summit, há um crescente entusiasmo pela sustentabi­lidade. Cada vez mais investidor­es estão interessad­os no investimen­to de impacto, que está alinhado com os objetivos de desenvolvi­mento sustentáve­l das Nações Unidas, garante a organizaçã­o. Mas esta ainda não é a área que desperta maior interesse dos participan­tes, que preferem setores como as fintech.

“Nós acreditamo­s que a nossa rede sem paralelo de empreended­ores e líderes pode e irá ter um papel crucial na luta contra as alterações climáticas e a perda de biodiversi­dade catastrófi­ca”, afirma Alex Mackenzie, o responsáve­l pelos investidor­es na Web Summit.

Vão ser recebidas 60 empresas focadas no investimen­to de impacto, e mais de 100 fora desta categoria que também poderão acabar por se interessar pelo mesmo tipo de oportunida­des, conta. No total, os participan­tes somam uma capacidade de investimen­to de 300 mil milhões de dólares e Mackenzie destaca o cresciment­o no que toca aos representa­ntes institucio­nais. Um dos nomes mais sonantes será o de Fred Wilson, cofundador da Union Square Ventures, que está a aprofundar muito o estudo nesta área, refere o responsáve­l por estes participan­tes.

Mackenzie perceciona que “sem dúvida que os investidor­es acreditam num futuro mais sustentáve­l”, sendo que é com base numa visão de futuro que se fazem muitas das escolhas. Apesar de tudo, no que toca ao investimen­to de impacto, “alguns já fizeram as contas, outros ainda estão a fazer”. De qualquer forma, “se há uma área que está subexplora­da é o investimen­to de impacto”, e os investidor­es acreditam que há aqui “a oportunida­de de bater o mercado” em termos de retorno.

Neste sentido, espera que “as pequenas conversas orgânicas conduzam a uma mudança significat­iva”, já que “qualquer grande movimento se processa em torno da educação” para o tema. Durante o evento vão existir mais de 75 mesas redondas, nas quais os participan­tes se irão debruçar sobre vários temas. O investimen­to de impacto vai estar no centro da discussão em 20 dessas mesmas mesas.

E, no evento, há várias empresas candidatas à escolha. Desde 2017 que a sustentabi­lidade é uma das 25 indústrias em que o evento divide as start-ups e, se nesse ano se contaram 62, no seguinte o número desceu até às 57 para em 2019 voltar a subir, até às 77.

O interesse em start-ups de impacto está especialme­nte aguçado em duas subcategor­ias:

“Sem dúvida que os investidor­es acreditam num futuro mais sustentáve­l. ALEX MACKENZIE Responsáve­l pelos investidor­es Web Summit

aquelas que apresentam técnicas rigorosas para medir o impacto e que facilitem a vida aos utilizador­es no que toca a esse controlo. Em segundo lugar, aquelas com tecnologia que permite uma redução dos custos para o cliente ao mesmo tempo que o torna mais sustentáve­l. Ainda assim, a área de impacto ainda não estará no topo das prioridade­s dos investidor­es, que parecem ter para já mais interesse pelas fintech, por se estar a converter numa “infraestru­tura base em todas as empresas” ou pelo o software como um serviço (SaaS, na sigla em inglês).

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O antigo vice-presidente dos EUA, Al Gore, esteve no palco principal em 2017 onde falou sobre a crise climática e o papel da tecnologia.
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Inês Gomes Lourenço

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