Web Summit: Sustentabilidade está na mira dos investidores
A Web Summit reúne start-ups de 25 indústrias, sendo a sustentabilidade uma delas. O responsável pelos investidores no evento afirma que estes começam a ver no investimento de impacto uma oportunidade para conseguir rendibilidades mais altas. Haverá 20 mesas rondadas sobre o tema.
Na Web Summit, há um crescente entusiasmo pela sustentabilidade. Cada vez mais investidores estão interessados no investimento de impacto, que está alinhado com os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, garante a organização. Mas esta ainda não é a área que desperta maior interesse dos participantes, que preferem setores como as fintech.
“Nós acreditamos que a nossa rede sem paralelo de empreendedores e líderes pode e irá ter um papel crucial na luta contra as alterações climáticas e a perda de biodiversidade catastrófica”, afirma Alex Mackenzie, o responsável pelos investidores na Web Summit.
Vão ser recebidas 60 empresas focadas no investimento de impacto, e mais de 100 fora desta categoria que também poderão acabar por se interessar pelo mesmo tipo de oportunidades, conta. No total, os participantes somam uma capacidade de investimento de 300 mil milhões de dólares e Mackenzie destaca o crescimento no que toca aos representantes institucionais. Um dos nomes mais sonantes será o de Fred Wilson, cofundador da Union Square Ventures, que está a aprofundar muito o estudo nesta área, refere o responsável por estes participantes.
Mackenzie perceciona que “sem dúvida que os investidores acreditam num futuro mais sustentável”, sendo que é com base numa visão de futuro que se fazem muitas das escolhas. Apesar de tudo, no que toca ao investimento de impacto, “alguns já fizeram as contas, outros ainda estão a fazer”. De qualquer forma, “se há uma área que está subexplorada é o investimento de impacto”, e os investidores acreditam que há aqui “a oportunidade de bater o mercado” em termos de retorno.
Neste sentido, espera que “as pequenas conversas orgânicas conduzam a uma mudança significativa”, já que “qualquer grande movimento se processa em torno da educação” para o tema. Durante o evento vão existir mais de 75 mesas redondas, nas quais os participantes se irão debruçar sobre vários temas. O investimento de impacto vai estar no centro da discussão em 20 dessas mesmas mesas.
E, no evento, há várias empresas candidatas à escolha. Desde 2017 que a sustentabilidade é uma das 25 indústrias em que o evento divide as start-ups e, se nesse ano se contaram 62, no seguinte o número desceu até às 57 para em 2019 voltar a subir, até às 77.
O interesse em start-ups de impacto está especialmente aguçado em duas subcategorias:
“Sem dúvida que os investidores acreditam num futuro mais sustentável. ALEX MACKENZIE Responsável pelos investidores Web Summit
aquelas que apresentam técnicas rigorosas para medir o impacto e que facilitem a vida aos utilizadores no que toca a esse controlo. Em segundo lugar, aquelas com tecnologia que permite uma redução dos custos para o cliente ao mesmo tempo que o torna mais sustentável. Ainda assim, a área de impacto ainda não estará no topo das prioridades dos investidores, que parecem ter para já mais interesse pelas fintech, por se estar a converter numa “infraestrutura base em todas as empresas” ou pelo o software como um serviço (SaaS, na sigla em inglês).