Morreu Eduardo Lourenço, o homem que só sabia pensar
O ensaísta Eduardo Lourenço, Prémio Camões e Prémio Pessoa, morreu hoje, aos 97 anos, deixando uma vasta obra de “grande originalidade”, e a imagem do homem que pensou Portugal. Numa entrevista ao Expresso, publicada em 2017, afirmou mesmo não saber “fazer outra coisa a não ser pensar”.
Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido, Eduardo Lourenço foi um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa, sempre solicitado, mas que considerava não justificado o interesse das pessoas por ele: “Porque estou saindo. Eu nunca ocupei palco”, explicou, numa entrevista ao jornal Público, em 2017.
Hoje saiu de cena, mas deixa a marca da “grande originalidade” do seu pensamento, debaixo de uma chuva de elogios vindo dos mais diversos setores.
Nascido a 23 de maio de 1923, em S. Pedro do Rio Seco, no distrito da Guarda, o mais velho de sete irmãos veio a formar-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
Além dos prémios Camões, em 1996, e Pessoa, em 2011, recebeu também os prémios António Sérgio (1992), D. Dinis (1996), Vergílio Ferreira (2001), Universidade de Lisboa (2012), Jacinto do Prado Coelho (em 1986 e em 2013) e Vasco Graça Moura (2016), entre outros.
A missa de corpo presente vai decorrer hoje no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, segundo informou fonte da Presidência da República. A cerimónia decorre a partir das 12:00, no Mosteiro dos Jerónimos, sendo a missa cocelebrada pelo cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e pelo cardeal e bibliotecário da Santa Sé, Tolentino Mendonça. O corpo de Eduardo Lourenço estará em câmara ardente, na nave central da igreja do Mosteiro dos Jerónimos, a partir das 11h.