“Marcelo e Costa preferem a demagogia e a tontice.”
A DGS divulgou o esboço do plano de vacinação anti COVID-19. O plano nunca poderia (nem poderá) agradar a todos. Desde logo porque estabelece prioridades sobre quais os grupos prioritários. Um dos critérios (não considerar prioritário quem tem mais de 75 anos - por não estar provada a eficácia da vacina), tinha tudo para provocar um vendaval.
Vejamos: quem define os critérios de vacinação são os técnicos... mas tem de haver uma validação política. Isso não tem nada de polémico. O problema é que o critério da DGS para aquele grupo etário cria uma montanha de problemas ao governo e ao Presidente da República.
O governo respondeu logo, pela boca de António Costa: “Há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos. Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade. As vidas não têm prazo de validade”. Depois foi Marcelo: “(...) É de presumir que as pessoas responsáveis não tenham ideias tontas”.
Não podia haver maior manifestação de tontice por parte de quem dirige o país. Tanto Costa como Marcelo sabem muito bem que a DGS não excluiu ninguém; hierarquizou prioridades. Porque: 1 – não há vacinas suficientes para vacinar todos ao mesmo tempo; 2 - mesmo que as houvesse, não haveria capacidade instalada para o fazer; 3 – a vacina tem riscos, o que desaconselha, por exemplo, que num hospital (ou noutros grupos prioritários) sejam todos vacinados ao mesmo tempo.
Tanto Marcelo como Costa sabem muito bem que a o plano da DGS é sensato. E que merecem ser analisadas (e melhorado) com sensatez; isto é, com a cabeça e não com o coração (e muito menos a pensar nas eleições). Mas preferem a demagogia e a tontice.