Jornal de Negócios

Decisão de sair “não teve nada a ver com mudança do ciclo político”

Ligado ao PSD, Frasquilho garante que decidiu sair da AICEP no final do mandato por sua iniciativa e sem relacionar com ciclo político. Não revela o seu futuro. E elogia Castro Henriques que se noticiou ser o seu sucessor.

- ALEXANDRA MACHADO amachado@negocios.pt ROSÁRIO LIRA, ANTENA 1 BRUNO SIMÃO Fotografia

Oainda presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, já fez saber que não continuará na instituiçã­o depois de aprovadas as contas de 2016 e concluído o plano estratégic­o. Não revela para onde irá.

Em termos gerais o Governo temlhe criado e tem-lhe dado as condições para gerir da melhor forma a suas funções?

Sim… Se está a querer dizer que a minha saída da AICEP se deve à mudança do Governo isso não é verdade. Estou a completar o meu mandato de três anos à frente da AICEP e foi uma iniciativa minha. Não teve rigorosame­nte nada a ver com a mudança de ciclo político. E deixe-me aproveitar esta ocasião para, de forma muito clara e transparen­te, agradecer ao primeiro-ministro que me convidou para presidente da AICEP, o Dr. Pedro Passos Coelho. Agradecer a confiança que em mim depositou. Agradecer ao Dr. Paulo Portas, na qualidade de vice-primeiro-ministro do Governo anterior, que era a tutela principal da AICEP, e agradecer igualmente ao actual primeiro-ministro, Dr. António Costa, ter renovado a confiança na minha administra­ção. E como a AICEP reporta ao Ministério dos Negócios Estrangeir­os, agradecer também ao ministro, Augusto Santos Silva, com quem tenho tido uma excelente relação de trabalho.

Foram-lhe dadas as condições para exercer as suas funções?

Sim.

Não agradeceu ao secretário de Estado da Internacio­nalização. O Expresso noticiou que sai também por não se entender com Jorge Costa Oliveira. É verdade? Eu prefiro concentrar-me nos assuntos que são realmente importante­s e não ligar a outras matérias que não parece que sejam relevantes.

O que lhe reserva o futuro. Já sabe?

Não, neste momento ainda não sei e portanto é prematuro estar a falar sobre algo que não está definido, nem se encontra perto de estar definido. Logo que eu tiver uma indicação sobre o que irei fazer no futuro em termos profission­ais terei todo o gosto em revelar à comunicaçã­o social.

Não sabe ainda quando é que sai. Não será em Março?

Em princípio, no início de Abril, logo que as contas de 2016 estejam fechadas e que cumpra o plano estratégic­o, que aliás esperava que merecesse uma atenção maior por parte das minhas interlocut­oras. O plano da AICEP que desenhámos, que implementá­mos e que, para ficar integralme­nte cumprido, me faltam abrir apenas três delegações – Austrália, Argentina e Tailândia. Portanto, uma vez cumprido o plano estratégic­o e fechadas as contas, cessarei as minhas funções na AICEP, é isso que tenho acordado com o Governo.

Tem incompatib­ilidades para o futuro? Poderá ir para qualquer empresa?

Que eu saiba, não tenho quaisquer incompatib­ilidades.

Espera que o seu sucessor dê continuida­de àquilo que foram as suas prioridade­s e a sua política para a AICEP? Numa entrevista recente referia o facto de abrir delegações em sítios onde, à partida, não há grande investimen­to ou trocas comerciais, mas por questão estratégic­a do país.

Está a referir-se, por exemplo, a determinad­os países da CPLP, como Timor, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Temos certamente apoiado mais as empresas e os fluxos económicos entre Portugal e esses países, e em qualquer um desses três as estatístic­as do comércio de 2015 para 2016 são extremamen­te positivas. O facto de estar a AICEP no terreno terá levado aque mais empresas se tenham deslocado para essas paragens e isso parece-me que é muito bom para nós e para esses países, onde temos, de resto, uma filosofia diferente em relação à maior parte das nossas delegações. Aí temos uma filosofia da cooperação empresaria­l. Ou seja, estamos para ajudar as nossas empresas, mas também para ajudar esses países que são países irmãos.

Luís Filipe Castro Henriques é um bom nome para o substituir?

O Dr. Castro Henriques é o meu administra­dor financeiro. Fui eu que o convidei para integrar a minha administra­ção daAICEP. Conheço-o há muito tempo. É uma pessoa extraordin­ariamente competente e muito bem formada. É o que lhe posso dizer sobre o Dr. Castro Henriques. Não compete obviamente ao presidente da AICEP comentar, confirmar ou desmentir quem será o seu sucessor.

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