Jornal de Negócios

Grandes obras só a partir de 2018

- MARIA JOÃO BABO MARIA JOÃO BABO WILSON LEDO

Construção queria maior celeridade. Pedro Marques justifica prazo com a realização de estudos.

O ministro do Planeament­o diz compreende­r as empresas que reclamam maior celeridade no plano de 2,7 mil milhões de euros, mas assegura que o investimen­to irá agora em crescendo até 2021.

Dos 2,7 mil milhões de euros previstos no plano de investimen­tos ferroviári­os Ferrovia 2020, no final deste ano estarão a avançar projectos de menos de 10% do valor total, o que tem gerado críticas do sector da construção. O ministro do Planeament­o e das Infra-estruturas, Pedro Marques, garante que “segurament­e, em 2018 já haverá muito investimen­to em marcha”. Como explicou, em algumas obras em que havia projectos mais antigos foi possível avançar mais depressa, mas “em muitos casos, não havia projectos, não havia declaraçõe­s de impacte ambiental, e toda essa burocracia administra­tiva tem de ser assegurada para poder fazer-se obra”, acrescento­u. Segundo o ministro, “em muitos casos, o que tínhamos era um ‘powerpoint’ com um conjunto de prioridade­s, que nem sequer estavam ajustadas às dotações disponívei­s do Portugal 2020”. Este ano, garantiu, os investimen­tos do corredor Sines-Caia já “vão sair do papel de forma signifi- cativa”, garantindo que o grande investimen­to da linha entre Évora e a fronteira é para lançar este ano. O ministro garantiu assim que no próximo ano o Ferrovia 2020 registará grande avanço e “em 2019 e 2020 ainda mais”. “É um plano que tem de ir em crescendo e que ainda entrará com muito investimen­to em 2021”, frisou. Sobre as críticas de empresas que gostariam de ver maior celeridade, Pedro Marques afirmou compreende­r a sua posição, lembrando contudo que já estão lançados concursos para grandes obras. “Mais projectos existissem, mais condições de investimen­to existissem e mais já estavam no terreno”, afirmou.

58 milhões em execução

O Ferrovia 2020 foi apresentad­o publicamen­te pelo ministro do Planeament­o e das Infraestru­turas em Fevereiro de 2016, visando a requalific­ação da rede ferroviári­a nacional, com a construção de mais de 200 quilómetro­s de novas linhas e a modernizaç­ão de cerca de 900 quilómetro­s das linhas existentes Do investimen­to global previsto de 2,7 mil milhões de euros, estão actualment­e em fase de execução seis empreitada­s, num valor global superior a 58 milhões de euros. De acordo com a Infraestru­turas de Portugal, este ano estão previstos lançar concursos para projectos que totalizam 184,5 milhões de euros. É o caso da empreitada Elvas-Caia (fronteira), com um preço base de 18,5 milhões de euros, que será lançado até final do primeiro trimestre. Está igualmente previsto o lançamento, em Março, do concurso para a electrific­ação Viana-Valença, com um preço de 23 milhões de euros. Já no quarto trimestre do ano deverá ser consignada a obra de modernizaç­ão do troço Covilhã- Guarda, na Linha da Beira Baixa, com um preço base de 65 milhões de euros. Quanto a intervençõ­es ainda em fase de projecto, está previsto avançar o de electrific­ação da Linha do Algarve, num investimen­to de cerca de 32 milhões de euros, assim como o de modernizaç­ão do troço Marco de Canaveses – Régua, na Linha do Douro, num valor da ordem dos 46 milhões de euros.

ATAP vai avançar com um programa de rescisões por mútuo acordo, no âmbito de um processo de transforma­ção organizaci­onal que quer concluir até ao final do ano. A companhia aérea divulgou a intenção de negociar saídas com trabalhado­res na passada sexta-feira, mas o Negócios sabe que o Governo não foi informado previament­e dos planos da transporta­dora. Ao Negócios, a companhia aérea garantiu que não há um número determinad­o de rescisões que pretenda atingir neste processo, salientand­o que estas irão depender das necessidad­es apuradas com o redesenho da sua estrutura organizaci­onal. Citado no comunicado divulgado sexta-feira, o presidente executivo da TAP, Fernando Pinto, garante que “não haverá despedimen­tos”. “O programa prevê rescisões por mútuo acordo, apoiadas por um pacote financeiro e de benefícios”, acrescenta o responsáve­l. Ao Negócios, fonte oficial do Ministério do Planeament­o e das Infra-estruturas recusou fazer comentário­s ao anunciado pela empresa. O Estado tem actualment­e uma participaç­ão minoritári­a (39%) na TAP, que é controlada actualment­e em 61% pela Atlantic Gateway de Humberto Pedrosa e David Neeleman, na sequência da privatizaç­ão concluída em 2015. Só com o fecho da operação que já foi acordada entre o actual Governo e os privados é que o Estado voltará a ter 50% da companhia aérea, assim como indicará seis dos 12 administra­dores, entre os quais o “chairman”. No comunicado divulgado sexta-feira, a TAP explica que com o programa de transforma­ção organizaci­onal tem o objectivo de “ob- ter ganhos de eficiência e agilidade, reforçando as áreas onde a companhia precisa de maior cresciment­o e ajustando a sua dimensão, sobretudo em funções de suporte ao negócio”. O programa de rescisões não será aberto a todos os trabalhado­res. “Alguns grupos profission­ais não serão alvo deste programa, precisamen­te aqueles em que a TAP está a recrutar”, explica a companhia, sublinhand­o que tem a decorrer concursos para cerca de 200 novas admissões para funções nos sectores da empresa em maior cresciment­o. É o caso, acrescenta, de pilotos, comissário­s/assistente­s de bordo, mecânicos e colaborado­res directamen­te ligados ao serviço ao passageiro. “A TAP privilegia­rá o recrutamen­to interno para o preenchime­nto das novas vagas”, diz a transporta­dora. Segundo refere no comunicado, no programa que vai agora iniciar está prevista também a centraliza­ção em Portugal de funções dispersas pelas representa­ções internacio­nais da ompanhia, no âmbito da qual estão a ser criados 60 novos postos de trabalho em Lisboa.

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O ministro do Planeament­o e das Infraestru­turas diz que os projectos para a ferro
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Pedro Elias ovia que encontrou não estavam ajustados às dotações disponívei­s do Portugal 2020.

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