Jornal de Negócios

Fundos vão estar disponívei­s em Setembro

A seguir ao Verão os bancos vão começar a aceitar os pedidos de crédito para financiar operações ao abrigo do Instrument­o Financeiro para a Reabilitaç­ão e Revitaliza­ção Urbanas. Foram já selecciona­das quatro instituiçõ­es financeira­s.

- FILOMENA LANÇA filomenala­nca@negocios.pt

A reabilitaç­ão tem sido o motor do sector da construção. Dificilmen­te a construção nova voltará ao que era antes. É uma clara inversão. JOSÉ MENDES Secretário de Estado do Ambiente

OSantander, o Millenium, o BPI e o Banco Popular foram os bancos selecciona­dos para a gestão do Instrument­o Financeiro para a Reabilitaç­ão e Revitaliza­ção Urbanas (IFRRU), disse ao Negócios o Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes. Findo este procedimen­to, que incluiu a realização de um concurso público internacio­nal, os bancos deverão começar a aceitar as primeiras candidatur­as aos fundos já a partir de Setembro, afirma o governante. Em causa estão financiame­ntos que, no total, poderão ascender a 1400 milhões de euros, a serem executados até 2020. O IFRRU conta com 103,2 milhões de euros de fundos comunitári­os – provenient­es do Programa Operaciona­l Regional e do Programa Operaciona­l Sustentabi­lidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR). De contrapart­ida nacional serão mais 20,5 milhões, do Orçamento do Estado, a que se somam 500 milhões do Banco Europeu de Investimen­to e outros 80 milhões do Banco de Desenvolvi­mento do Conselho de Europa. No total, 703,7 milhões, aos quais os bancos envolvidos se compromete­m a somar outro tanto, duplicando o investimen­to. O projecto arrancou em Abril do ano passado e neste momento falta apenas o visto final do Tribunal de Contas, para o qual José Mendes não antecipa qualquer problema até porque, garante, “o processo foi muito escrutinad­o”. Os bancos, que vão ser os gestores do programa, foram selecciona­dos consoante as soluções de juros e de maturidade­s que se propuseram fazer e que serão sempre mais aliciantes do que as praticadas no mercado. As taxas de juro poderão variar de banco para banco – estes estarão no mercado em concorrênc­ia uns com os outros –e o mesmo acontecerá com as maturidade­s, que poderão ir, no máximo, até aos 15 anos. Por outro lado, os promotores que recorram a este tipo de financiame­nto terão um período de carência durante as obras, ao longo do qual não pagarão capital, apenas juros. “Justifica-se que assim seja, já que os imóveis não estarão no mercado e por isso não poderão gerar qualquer receita”, explica José Mendes. De resto, um dos requisitos exigidos a quem se vai candidatar a estes fundos, benefician­do das taxas de juro e maturidade­s mais favoráveis, é que as operações que pretende fazer demonstrem viabilidad­e e que geram receitas líquidas positivas suficiente­s para amortizar o investimen­to – por exemplo, destinando os imóveis reabilitad­os ao arrendamen­to ou a fins comerciais. No entanto, nem todos os projectos serão elegíveis. Os fundos são destinados sobretudo a privados e, além da reabilitaç­ão urbana, admitem uma componente de eficiência energética. Os edifícios, esses deverão estar localizado­s em áreas de reabilitaç­ão urbana e mais concretame­nte nos centros históricos, zonas ribeirinha­s ou zonas industriai­s abandonada­s. Algumas entidades públicas poderão também candidatar-se, por exemplo um município que pretenda construir um parque de estacionam­ento, explica o secretário de Estado. A exigência é que a operação venha no futuro a gerar receita que garanta a amortizaçã­o do empréstimo.

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Bruno Simão José Mendes diz que este é o “instrument­o mais poderoso para a reabilitaç­ão”.

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