Jornal de Notícias

Ana Malhoa esgota Coliseu

- Catarina Ferreira catarinafe­rreira@jn.pt

Ela é “La makina de fiesta”, assim se define agora Ana Malhoa, que comemora hoje no Coliseu de Lisboa, com lotação esgotada há quase três semanas, 30 anos de carreira. A história desta mulher, pertencent­e a uma das dinastias musicais mais famosas do país – os Malhoa, que ombreiam em celebridad­e com os Carreira –, tem todos os ingredient­es para prender o público.

Nasceu há 36 anos, fruto de um caso extraconju­gal do pai, José Malhoa. A mãe morreu quando ela tinha apenas três meses. Alegadamen­te, Ana só terá descoberto que não era filha da mulher do pai quando aos 12 anos, já artista reconhecid­a que aparecia pela mão de José Malhoa nas digressões, se depara com um álbum de fotos da mãe biológica. Se é mito ou verdade não sabemos – a artista está a declinar entrevista­s –, mas esta é justamente a riqueza dos fenómenos que abrem espaço à lenda.

Apresentad­ora de formatos televisivo­s infantis nos anos 90, em que cantava canções inocentes como “Sabes que começou no A” ou “Ainda é muito cedo para namorar”, tornou-se na menina querida de Portugal. A este facto acresce o de ser filha do inventor de “Aperta, aperta com ela” e “Apita o comboio”.

Em 1998, casa com Jorge Moreira e em 1999 nasce Índia, que agora também já é cantora. A partir dos anos 2000 começa a transforma­r-se. A menina do “Buéréré” recria-se como “bomba latina” e renasce ousada, decotada, tatuada, casada e a falar Espanhol. No novo milénio começa a editar discos em nome próprio, o homónimo chega em 2000, seguem-se “Por amor” (2001), “Eu” (2003), “Eu sou latina” (2004), “Nada me para” (2007), “Exótica” (2008), “Sexy” (2009), “Caliente” (2011) e “Azucar” (2013). Os dez álbuns venderam 500 mil cópias.

Em 2006, posa para a revista masculina FHM, em 2009 despe-se para a “Playboy” (cachet de 50 mil euros) e em 2011 torna a chocar quando diz ter “relações várias vezes ao dia”. A tour “Superlatin­a” promove o álbum homónimo deste ano e tem como single “Encaixa baby, encaixa”. Agora diz ser a inventora do género musical tropical/urbano, em Portugal e na Europa. Quem já possui bilhete, pode conferi-lo hoje no Coliseu dos Recreios.

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