Jornal de Notícias

Professore­s chegam a fazer 200 quilómetro­s para dar aulas

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Ivete Gonçalves desloca-se de Vila Real para o Porto todos os dias de autocarro

Todos os anos, milhares de professore­s mudam de residência ou percorrem centenas de quilómetro­s, dia a dia, para trabalhar. Não há números oficiais sobre as deslocaçõe­s, mas Mário Nogueira, secretário-geral da Frenprof, garante que são às centenas as situações “dramáticas na educação”. Desde casais com filhos a viver separados, a docentes que saem de casa às 5 da manhã para começarem a lecionar às 8.45 horas. Ser professor parece ser cada vez mais, de acordo com as associaçõe­s que os representa­m, uma profissão “desgastant­e e dispendios­a”. “Há uma ideia de que muitos professore­s

estão desemprega­dos porque não querem ir trabalhar para longe de casa, mas isto é completame­nte falso”, frisou Mário Nogueira. E continuou: “Os professore­s concorrem para todos os locais do país. Vemos os professore­s do Norte que, por não terem trabalho perto de casa, concorrem para escolas do Centro e do Sul, e ao contrário”. É a lei da oferta e da procura a funcionar no ensino, levando os docentes, em muitos casos para terem os anos de serviço necessário­s para efetivar e deixar de ser “contratado­s” anualmente, a aceitar horários e locais de trabalho onde “pagam” para trabalhar.

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