Emigrantes vão apadrinhar cabras

O projeto “Rio Frio – Território Criativo” venceu o prémio ideias de Origem Portuguesa 2015, no âmbito da quarta edição do concurso FAZ – Ideias de Origem Portuguesa, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian e dirigido à diáspora lusa. Um dos objetivos da iniciativa, agora no terreno pela mão da associação ‘Território com Vida”, é que os emigrantes de Rio Frio espalhados pelo Mundo possam apadrinhar cabras do seu rebanho comunitário. “Estamos a ter muito apoio. Temos recebido mensagens do Canadá, de França, dos Estados Unidos da América, da Suíça. De todo o lado. Isso encoraja-nos muito. Eles reveem-se nesta atividade. Gostam de ver a terra deles a mexer e a fazer alguma coisa”, afirma o mentor do projeto, Joaquim Dantas.

rão escolhidos três para manear as cabras, cuja chegada a Rio Frio, o JN acompanhou. Armindo Fernandes, 83 anos, vem estrada abaixo com uma sachola ao ombro e estaca a olhar no rebanho. “Ai que regalo ver assim o monte! Há muito tempo que não tínhamos bicharada aqui”, comentou, sorridente, dirigindo-se a Joaquim Dantas, o mentor do projeto, que anda por ali a coordenar os trabalhos do grupo de formandos.

Uns tomam conta dos animais. Outros, com ajuda de cantoneiros da Junta, concluem a construção de um abrigo para acolher os caprinos. “Isto é terra sem gente. Temos lugares com duas pessoas. É uma aldeia-fantasma. É natural que as pessoas, a maioria já com muita idade, fiquem satisfeitas”.

A dar uma ajuda no ajuntamento das recém-chegadas cabras, que segundo Dantas “estão quase todas prenhas”, esteve Custódia da Cunha, de 66 anos. “Que surpresa tão grande! A minha mãe que tem 90 anos é que vai gostar de ver. Isto agora aqui é só velhinhos e a alegria deles é estar à janela a ver os animais”.

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