Jornal de Notícias

Crimes nas escolas sobem há três anos

No último ano letivo registaram-se 3930 casos, sobretudo furtos e agressões Prevenção da PSP e da GNR centrada no bullying, droga e violência no namoro Polícias alertam para os ajustes de contas à porta dos estabeleci­mentos

- Leonor Paiva Watson leonorpaiv­a@jn.pt

As ocorrência­s criminais na escola têm vindo a aumentar nos últimos três anos letivos, embora esse cresciment­o no de 2014/2015 tenha sido apenas de 1,1%, traduzindo 3930 casos, face aos 3888 de 2013/14. Este ligeiro aumento é, no entanto, inferior ao cresciment­o percentual do número de alunos abrangidos, que foi de 1,8%, segundo os dados do Ministério da Administra­ção Interna sobre o Programa Escola Segura. A maioria das ocorrência­s são furtos e agressões físicas simples.

No último ano letivo, o Escola Segura – que existe desde 1992 e permite um policiamen­to de proximidad­e, sendo o único programa, no âmbito da prevenção e repressão de atividades criminosas – chegou a 1 131 092 alunos, mais 1,8% do que no ano anterior (1 111 525). Do mesmo modo, alcançou mais estabeleci­mentos de ensino, 3388, mais 3% do que no ano letivo anterior (3286). Resumindo, o aumento de ocorrência­s criminais (1,1%) é menor do que o aumento percentual dos alunos e escolas abrangidas pelo programa.

O Ministério da Administra­ção Interna, num balanço que fez ao JN, fala mesmo em “estabiliza­ção dos indicadore­s da violência escolar”. Já fonte da PSP referiu que o Escola Segura permitiu às autoridade­s “uma aproximaçã­o entre responsáve­is escolares, pais e alunos”, sendo que “é uma aposta a manter”. Relativame­nte a este reforço, os números mostram, contudo, alguns dados contraditó­rios.

Menos ações de sensibiliz­ação

Embora haja mais agentes alocados a este programa – eram no último ano letivo 397, no anterior 387, e 384 no de 2012/13 – há menos meios auto (embora a descida seja singela) e menos ações de sensibiliz­ação.

No último ano, foram feitas 7470 ações de sensibiliz­ação, menos 412 do que no ano de 2013/14. A tendência foi quebrada relativame­nte ao ano anterior, porque em 2012/ 13 só foram feitas 5841. Ou seja, nos últimos três anos letivos, o número de ações de sensibiliz­ação começou por aumentar e acabou a diminuir significat­ivamente.

Furtos e agressões físicas

Entretanto, segundo os dados do Ministério da Administra­ção Interna, “as ocorrência­s maioritari­amente registadas no ano letivo de 2014/ 2015 foram furtos e agressões físicas simples”.

A estatístic­a mostra que houve 1350 ofensas à integridad­e física, menos duas do que no ano anterior; e 1046 furtos, mais 40 do que em 2013/2014. Os mesmos dados, destaca a tutela, demonstram ainda “uma significat­iva diminuição do número de vítimas a carecer de hospitaliz­ação”.

O que os números indicam é que houve, no último ano letivo, menos 13,6% de casos que terminaram com condução ao hospital, relativame­nte ao ano anterior. Em 2014/15, 242 situações acabaram com a ida de um dos envolvidos ao hospital, no ano anterior tinham sido 280.

No geral, o MAI conclui que o número de ocorrência­s “mantém uma relativa estabilida­de, com diminuição do grau de violência”.

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