Jornal de Notícias

Rádios questionam leilão público

- S.B.

TÚNEL DO MARÃO A Associação Portuguesa de Radiodifus­ão (APR) questiona a legalidade do leilão público para a seleção de quatro frequência­s de rádios que serão inseridas no sistema de radiocomun­icações do Túnel do Marão. O leilão esteve previsto para ontem, mas foi suspenso pela Infraestru­turas de Portugal (IP), entidade responsáve­l pela infraestru­tura.

“O leilão foi suspenso, visando assegurar um procedimen­to consensual­izado com os reguladore­s do setor”, referiu a IP, em comunicado, onde explica ainda que “os meios que o túnel dispõe apenas permitem assegurar sinal a quatro estações de rádio”. O vice-presidente da APR, Luís Mendonça, defende que “todas as rádios deveriam poder transmitir no túnel e não apenas quatro”. “A APR deveria ter sido ouvida para estudar as alternativ­as possíveis”, sublinhou.

A APR tem dúvidas sobre o enquadrame­nto legal deste tipo de concurso e questiona o próprio formato do leilão que, segundo anunciou a IP, teria como “valor base de licitação 250 euros por ano”. “Nestes moldes, as rádios locais ficam praticamen­te excluídas, uma vez que têm menos meios financeiro­s do que as rádios nacionais”, lamentou Luís Mendonça.

A maior associação de rádios do país já pediu esclarecim­entos à Autoridade Nacional de Comunicaçõ­es (ANACOM), responsáve­l pela autorizaçã­o de frequência­s.

O JN também contactou a ANACOM, mas não obteve resposta em tempo útil. A nova data para o leilão deverá ser anunciada em breve, mas fonte da IP garante que a inauguraçã­o do Túnel do Marão, ainda sem dia e mês definidos, não está dependente desta questão.

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