Corpos que se transformam em telas
Acaba hoje a “Oporto Tattoo Expo”, primeira convenção internacional de tatuagens realizada em Gondomar
As pessoas gostam cada vez mais de tatuagens e fazem-nas cada vez mais elaboradas e em locais mais expostos”. Virgínia Rodrigues é tatuadora. Uma entre 200 que até ao fim do dia de hoje estão na primeira edição da “Oporto Tattoo Expo”, no pavilhão Multiusos de Gondomar.
Muitos eram os apreciadores que iam chegando, ontem, à tarde, para ver os vários artistas a criar, ao vivo, a sua arte na pele de quem quisesse ser tela para uma primeira ou enésima tatuagem.
Das duas centenas de tatuadores, 86 são portugueses. Para Virgínia Rodrigues, “isto está a superar todas as expectativas. O Norte já precisava de uma coisa destas nesta área”.
Em género de balanço, Ilídio Moreira, da organização, não tem dúvidas: “Está a ser um êxito”. E assume já o forte desejo de, para o ano que vem, “realizar a segunda edição da ‘Oporto Tattoo Expo’”.
Além dos vários stands com tatuadores, é possível assistir a outros atrativos, como concertos, performances, instalações, arte circense ou uma barbearia ao estilo clássico português. “Queremos, com este tipo de animação, provocar nas pessoas uma maior interação entre todos”, esclarece a organização.
Até ao fecho da iniciativa, haverá ainda uma entrega de prémios para os tatuadores, entre categorias como “New School”, “Oriental”, “Retrato” e “Melhor Tatuagem da Convenção”, entre outros.
Há uma mescla de gostos nos visitantes que iam sendo tatuados. Uns optaram por imagens mais discretas, como pequenos anjos a preto e branco ou símbolos pequenos. Por outro lado, ha- via quem fosse tão arrojado ao ponto de tatuar a imagem de Nossa Senhora de Fátima em plena nuca ou, ainda, de tatuar o braço inteiro com desenhos com as cores do arco--íris.
Uma das tatuadas, Ana Isabel, de 34 anos, confessou, enquanto fazia a sua nova tatuagem, que acha que “ainda há muito preconceito com as tatuagens em Portugal. Olham muito de lado para nós”.
Na estreia da convenção, foi Ana Malhoa a escolhida como porta-voz. A cantora – que já foi capa de várias revistas internacionais dedicadas ao género, como, por exemplo, a “Tattoo Collection” – aconselhou os curiosos tentados a fazer a primeira tatuagem: “Escolham bem o significado pessoal da tatuagem. É preciso também procurar o tatuador ideal e pensar nas questões de saúde envolvidas”.
OITENTA E SEIS DOS 200 TATUADORES SÃO DE NACIONALIDADE PORTUGUESA