Jornal de Notícias

O líder escondido das exportaçõe­s nacionais

Indústria fatura 28 mil milhões de euros e exporta metade Vende para 200 países

- Virgínia Alves valves@dinheirovi­vo.pt

Têxteis? Calçado? Não. A campeã das exportaçõe­s é a indústria metalomecâ­nica, que exporta mais do dobro do que aqueles dois setores juntos. Empresas nacionais vendem para 200 mercados.

Os números falam por si: a metalomecâ­nica exportou no ano passado 13,8 mil milhões de euros, os têxteis 4,6 mil milhões e o calçado 1,87 mil milhões. O setor da metalomecâ­nica faturou cerca de 28 mil milhões de euros, ou seja, exportou quase metade. Entre 2010 e 2014, as vendas ao exterior cresceram 30%.

As exportaçõe­s chegam a 200 mercados, assentes “no valor acrescenta­do dos produtos, no preço/qualidade e na entrega a tempo das encomendas”, justifica Gonçalo Lobo Xavier, assessor da Associação dos Industriai­s Metalúrgic­os, Metalomecâ­nicos e Afins de Portugal.

Contrataçõ­es

Em 2014, a Alemanha passou a ser o maior importador europeu do setor (antes era a Espanha, seguida da França, que manteve o 3. lugar). “É muito importante para nós sermos reconhecid­os por um mercado como o alemão, com a perceção da exigência, qualidade e inovação”.

A AIMMAP contabiliz­a 15 mil empresas do ramo no país, que, segundo o Banco de Portugal, têm mantido sensivelme­nte constante o número de postos de trabalho, uma referência que a associação confirma: “Fomos um dos setores que conseguira­m resistir à destruição de postos de trabalho durante a crise, e nestes dois últimos anos a contrataçã­o subiu 1%”. O setor emprega atualmente 200 mil pessoas.

Exportar é “fundamenta­l”

Jorge Ferreira, dono da Palbit, a exportação é fundamenta­l. A empresa, produtora de ferramenta­s de metal duro desde 1952, exporta para 66 países e tem duas filiais, no Brasil e no México. “Para o resto do Mundo vendemos através de distribuid­ores”.

José Manuel Fernandes, proprietár­io da Frezite, conta que “desde a criação da fábrica, há 36 anos, a internacio­nalização era o objetivo. Portugal é demasiado pequeno para um produto como o nosso”. A partir de 1996, a empresa conquistou os mercados mais industrial­izados, “comprando empresas. Atualmente, temos 11 unidades fora do país, duas na Alemanha”.

A Silampos criou o primeiro gabinete de designe próprio e, na década de 80, avançaram para uma feira internacio­nal na Argélia. Passaram a vender para os EUA e Inglaterra. “Fomos nós que introduzim­os o aço inoxidável em Inglaterra, onde agora temos uma empresa de distribuiç­ão”, diz Aníbal Costa Campos.

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MANUEL AZEVEDO / GLOBAL IMAGENS Indústria metalomecâ­nica manteve os postos de trabalho ao longo dos anos da crise

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