Terrorista espanhol apanhado no Aeroporto Sá Carneiro
Detido pelo SEF no Aeroporto Sá Carneiro ia embarcar para Caracas com passaporte falso
ERA PROCURADO para cumprir uma pena de 11 anos de cadeia, por terrorismo, o espanhol membro da Resistência Galega que foi detido, ontem de manhã, pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia.
Héctor José Naya Gil, conhecido por “Koala”, de 33 anos, pretendia embarcar num voo com destino a Caracas, na Vezenuela, munido de um passaporte falsificado daquele país sul-americano. Foi intercetado no momento do “check-in”. Estava acompanhado por outro indivíduo, de dupla nacionalidade (espanhola e venezuelana), identificado pela imprensa do país vizinho como Jaime M.M., que, segundo o SEF, foi apenas “retido para identificação”, acabando por ser deixado em liberdade.
O JN apurou que Héctor Naya transportava na bagagem livros sobre armas e forças militarizadas e que, ao ser abordado e revistado, reagiu de forma pacífica. Será levado hoje ao Tribunal da Maia, para responder pelo crime de falsificação de documentos (passaporte) e, depois, ao Tribunal da Relação do Porto, no sentido de serem desencadeados os mecanismos de extradição.
Segundo o Ministério do Interior de Espanha, a Polícia Nacional daquele país localizou o indivíduo no Grande Porto em fevereiro, “momento em que começou a colaboração com a Polícia Judiciária de Portugal, com o objetivo de controlar as atividades por ele desenvolvidas”.
Desde o passado dia 6 que “Koala”, oriundo de Vigo, era alvo de um mandado de captura para ingresso na prisão, além de estar proibido de sair do território espanhol. Por esse motivo, acreditam as autoridades, terá tentado a fuga para a Venezuela, uma prática que já seria comum entre terroristas da ETA procurados pela justiça espanhola.
Solto com caução
Héctor Naya foi condenado, em dezembro do ano passado, a 11 anos de prisão por crimes de participação em organização terrorista e colocação de artefactos explosivos. Ele e outros dois membros da Resistência Galega – organização armada que luta pela independência da Galiza – estiveram envolvidos, em agosto de 2012, num ataque à bomba contra antenas de rádio e televisão instaladas no monte de Sampaio, em Vigo. Os prejuízos materiais ascenderam a 11 mil euros.
Em tribunal, jurou inocência, mas isso não o livrou da pena mais pesada, enquanto os cúmplices foram condenados, cada um, a três anos de cadeia.
Antes do julgamento, “Koala” chegou a estar em prisão preventiva, entre setembro e dezembro de 2012, sendo libertado mediante uma caução de 6000 euros.