Sindicato pede demissão de presidente do INEM
Tutela mantém confiança em Paulo Campos. Macedo quer médicos de família para 500 mil utentes
DOIS DIRIGENTES do Sindicato dos Técnicos de Ambulância e Emergência estiveram ontem na comissão parlamentar de Saúde para entregar uma carta ao ministro Paulo Macedo a pedir a demissão do presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Os responsáveis acusaram Paulo Campos de atitudes persecutórias, abrindo processos disciplinares aos sindicalistas, e responsabilizam-no pelas “várias demissões” que têm ocorrido no INEM.
Momentos antes, na comissão, o secretário de Estado Leal da Costa reafirmou a confiança na atuação de Paulo Campos, em resposta a Luísa Salgueiro, do PS, sobre o transporte de uma doente.
O caso, que está a ser investigado pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, envolveu a viatura médica de emergência que acompanhava uma ambulância com a doente para o hospital de Santo António, no Porto.
A enfermeira que seguia no veículo, mulher do presidente do INEM, terá mudado a rota para que a equipa fosse rendida. Leal da Costa garantiu que “não houve atraso no atendimento”, tendo sido dada a resposta “preferencial para a doente”.
Mais médicos para 500 mil
Na audição, Paulo Macedo anunciou que os concursos para a contratação de novos médicos vai permitir que até ao final do ano mais 500 mil utentes tenham médico de família. O ministro assumiu que, atualmente, há cerca de um milhão sem acesso a estes clínicos (em 2010 eram dois milhões), sendo as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve as mais deficitárias.
Confrontado pela socialista Luísa Salgueiro por as medidas destinadas a aumentar o número de médicos só estarem a ser tomadas na reta final do mandato, Macedo disse que “estas deviam ter sido tomadas mais cedo se não estivéssemos em situação de pré-bancarrota”. Só foram possíveis “sem a troika e com alguma abertura orçamental”.
Paula Santos, do PCP, acusou o governante de não estar a evitar que os clínicos abandonem o SNS e Helena Pinto do BE disse que há um retrocesso no acesso e na qualidade.
“Os estudos de perceção dizem que a maior parte das pessoas valoriza o que o SNS lhes dá hoje. O resto é propaganda”.
Paulo Macedo Ministro da Saúde