Jornal de Notícias

Citius aumenta pendências nos processos-crime

Último relatório da Procurador­ia-geral Distrital de Lisboa fala em regresso a níveis anteriores a 2013

- Leonor Paiva Watson leonorpaiv­a@jn.pt

O ANO DE 2014 terminou com 64 537 processos pendentes, na área criminal, nas cinco comarcas da Procurador­ia-Geral Distrital de Lisboa (PGDL). São mais 7262 do que em junho do mesmo ano (57 275), antes do novo mapa judiciário e do bloqueio da plataforma informátic­a Citius, de acordo com o mais recente relatório da PGDL, que avança que esta estatístic­a representa “um retrocesso”.

“Na área criminal da responsabi­lidade do Ministério Público, as pendências regrediram a níveis anteriores a 2013. Invertendo um ciclo de recuperaçã­o iniciado em 2001 que não parara de se consolidar”, pode ler-se nas conclusões do relatório.

O documento sublinha ainda que o aumento de pendências não correspond­e a um surto de crime violento ou grave ou complexo, “mas ao deslizamen­to do registo e despacho dos inquéritos e à situação dos serviços”.

Um ano “atípico”

O número de pendências em junho de 2014 (57 275) tinha baixado significat­ivamente em relação a dezembro de 2013, quando se verificara­m 63 323. Esta diminuição foi, aliás, exigência da troika, e estava a ser cumprida. Mas a estatístic­a voltou a crescer nos últimos meses do ano passado.

O relatório diz que 2014 foi “um ano atípico”, com “grandes mudanças organizati­vas”, que “foram afetadas por um enorme percalço, envolvendo uma das traves-mestra do sistema: a componente informátic­a”.

Sobre isto, o IGFEJ, a entidade que gere a plataforma informátic­a Citius, respondeu ao JN que embora haja um atraso na resolução dos processos, estes não estão parados.

PLATAFORMA INFORMÁTIC­A QUE SUPORTA OS TRIBUNAIS ESTEVE DEFICIENTE 44 DIAS

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2014 foi marcado por grandes mudanças organizati­vas

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