Contas do Vaticano mais transparentes
Decreto do Papa reformula todo o setor económico da Santa Sé
O PRIMEIRO passo para tornar mais transparentes as instituições que gerem os dinheiros do Vaticano já foi dado, com a publicação de um decreto papal que reformula o setor económico da Santa Sé. O segundo deverá ser conhecido em breve, logo que estiverem concluídas as negociações com o Governo italiano para abolição do sigilo bancário para efeitos fiscais das contas do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o chamado banco do Vaticano. O IOR esteve envolvido em várias polémicas financeiras e enfrenta há anos uma pressão internacional crescente para abandonar a sua reputação de paraíso fiscal.
O Papa prometeu mudanças nesta área e está a cumprir. Em fevereiro, assinou um decreto papal com os estatutos dos novos órgãos responsáveis pelo setor económico da Santa Sé – Conselho para a Economia, Secretaria para a Economia e Gabinete do Revisor Geral.
O primeiro-ministro italiano também anunciou para breve um acordo sobre a troca de informações fiscais entre o Vaticano e o Governo para combater a evasão fiscal, o que irá acabar com o secretismo financeiro que pairava sobre o banco do Vaticano.
Para o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa as reformas promovidas por Francisco enquadram-se num objetivo que deve ser comum em toda a Igreja: “Transparência e rigor no uso dos bens, de modo a servirem a missão da Igreja”.
Em Portugal, e ao contrário do que se passa no Vaticano, o Santuário de Fátima mantém em segredo as suas contas, desde 2006, ano em que deixaram de ser divulgadas publicamente.