Vizinhos unidos contra casal problemático de idosos
Cansados de serem incomodados há anos, enviaram apelo à Domus Social
MORADORES do Bloco 1 do Bairro da Pasteleira, no Porto, remeteram o desespero em forma de abaixo-assinado à Domus Social. Acusam um casal de idosos, que dizem ter “graves perturbações de comportamento” de lhes fazerem a vida negra e desesperam por já nem a Polícia ligar ao caso. De barulhos propositadamente feitos de madrugada, para perturbar o descanso dos vizinhos, a óleo derramado nas escadas, queixam-se de tudo e mais alguma coisa.
“Isto começa a ser de mais, e eu não sou muito paciente”, desabafa José Manuel Joaquim, vizinho de patamar, que há meia dúzia de anos vive em estado de ansiedade. “Basta um cão ladrar na rua que ela começa a bater com coisas no chão, porque eu tenho dois cãezitos”, diz Vitória Macedo, que vive no terceiro andar, por baixo do casal. “Esta senhora precisava de tratamento”, sentencia Conceição Lopes, a outra moradora do terceiro andar.
Os vestígios de óleo nas escadas são evidentes. Felizmente, ainda ninguém caiu. De outras vezes, lixívia é derramada nas escadas, não para pôr em causa a integridade física das pessoas, mas acabando por inutilizar roupas.
E barulho, sempre às horas mais impróprias, queixam-se todos. Paus de vassoura ou ferros a bater no corrimão, nos canos, nas paredes.
E insultos, garantem todos. E até agressões. Vitória conta de como o idoso do quarto andar começou por tentar agredir a filha dela com uma bengala, nas escadas, acabando por a agarrar pelos cabelos, arrancando uma mecha. O caso chegou a tribunal e resolveu-se com um pedido de desculpa, mas tudo voltou ao mesmo, asseguram os vizinhos.
“Ela é má, mas lá fora as pessoas pensam que é uma santa”, nota Conceição, advertindo: “Ninguém lhes faz nada, por causa da idade, mas um dia dá-se uma desgraça”.
Os idosos alvo das acusações ainda nos abriram a porta, mas fecharam-na mal dissemos ao que íamos.
BARULHO DE MADRUGADA, ÓLEO NAS ESCADAS E INSULTOS ENTRE AS RAZÕES DE QUEIXA