Jornal de Notícias

Bairrada quer certificar leitão

Câmara quer Indicação Geográfica Protegida para evitar que os consumidor­es sejam enganados

- Tânia Moita locais@jn.pt

O PRESIDENTE da Câmara da Mealhada, Rui Marqueiro, está cansado de ver porco anunciado como leitão da Bairrada por esse país fora e quer avançar com o processo de Indicação Geográfica Protegida (IGP). Está apostado, para isso, em convencer os restantes municípios da região. A indignação de Rui Marqueiro é partilhada por quem esteve recentemen­te na Bolsa de Turismo de Lisboa. Filipe Castela, sócio-gerente do restaurant­e Pedro dos Leitões, afirma que assistiu “à vergonha de ver venderem sandes de leitão mas de um porco que só tinha gordura”. “Quem não conhece o produto e prova vai ficar dececionad­o e já não virá à Bairrada comer leitão, porque o que lhe é apresentad­o não tem nada a ver com o nosso produto gourmet”, refere.

O próprio Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro, considera que a classifica­ção IGP “poderia acabar com estes atropelos e imitações” e “significar mais-valias quer para o leitão da Bairrada, cujo valor intrínseco deve ser reconhecid­o, quer para a própria região”. “Ainda agora ouvi dizer que se preparam para fazer em Setúbal um grande evento em torno do leitão à Bairrada, espero que não seja verdade”, desabafa.

O consenso poderá, contudo, não ser fácil de concretiza­r. António Duque, presidente da Confraria Gastronómi­ca do Leitão da Bairrada, lembra ao JN que já tentou, há alguns anos, avançar com o processo de classifica­ção e não conseguiu “por falta de interesse ou de consenso de algumas autarquias”.

Rui Marqueiro vai levar a proposta de avançar com o processo à próxima reunião com todos os municípios da Bairrada.

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ARQUIVO JN Cerca de 3000 leitões são consumidos por dia na Bairrada

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