Cinco minutos para dar consulta de dermatologia
Diretora de serviço do hospital discorda mas gestores dizem que a qualidade não se mede pelo tempo
A ADMINISTRAÇÃO do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), que agrega os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, contratou uma empresa para dar consultas de dermatologia na unidade de Estarreja que duram entre cinco minutos (segundas consultas) e 10 (primeira consulta). A informação foi confirmada ao JN por Sónia Coelho, diretora do serviço de dermatologia do CHBV, que lamenta o facto de a administração não a ter informado da contratação da empresa (que colocou um médico em Estarreja e outro em Águeda) e dos moldes em que esta iria trabalhar. “Claro que me iria opor a consultas de cinco minutos, uma prática que nunca vi em nenhum hospital porque é impossível fazê-lo corretamente em tão pouco tempo, não dando sequer para qualquer ato médico”, refere a dermatologista, acrescentando que no CHBV, as consultas são agendadas para demorar 20 (primeira) e 15 minutos (segundas).
A administração do CHBV responde que “a qualidade da consulta não é mensurada pelo tempo, mas pela qualidade do especialista, que define a organização da sua consulta”.
7000 consultas até julho
O CHBV nega que o especialista colocado em Estarreja tenha pedido a demissão ao fim de duas semanas de serviço, mas Sónia Coelho assegura que o referido dermatologista lhe assegurou ter rescindido. “Disse-me que se tinha demitido por não aceitar consultas de 5 e 10 minutos, por não ter material de apoio, por não trabalhar com a equipa de Aveiro e por discordar do facto da sua contratação não ser do conhecimento da diretora do serviço”, afirma.
A diretora compreende o objetivo da administração de combater a lista de espera, provavelmente a mais numerosa do CHBV, “mas uma boa ideia só resulta se for colocada devidamente em prática, o que não aconteceu”.
Na origem da extensa lista de espera, “com cerca de 8000 utentes, alguns dos quais aguardam consulta desde 2008”, está a falta de médicos. “Existem apenas duas dermatologistas”, refere o CHBV, que lamenta não ter sido possível contratar mais destes especialistas “apesar de ter aberto concursos para o quadro”.
O CHBV acredita que os dois médicos vão fazer 7000 consultas até julho deste ano. NA QUINTA de que são donos e ao lado da qual o seu cão, Simba, foi abatido a tiro, no sábado, alegadamente por um vizinho, Andreia Mira e José Diogo Castiço querem fazer uma homenagem ao animal, numa forma de também se sentirem mais seguros na sua propriedade, situada em Monsanto, Idanha-aNova. No muro, de cerca de 60 metros de comprimento, que separa a quinta do casal da propriedade do vizinho, será colocada uma rede mais alta, “fechada com decorações, fotografias, entre outras coisas”, adiantou, ao JN, José Diogo, de 37 anos.
O casal, que cultiva a quinta, herdada, através de um projeto de jovens agricultores, diz que não tem possibilidades financeiras para fazer uma grande obra, mas quer sentir-se mais seguro, “não ter que olhar para a quinta do vizinho”, que alegadamente matou Simba, e que os restantes três cães que possuem “não voltem a ir para a quinta do lado”. Por isso, pedem materiais, “como paus ou pedaços de rede”, a quem os quiser ajudar.
“Estamos também com ideias de criar, aqui em Monsanto, uma associação de proteção de animais, pois não existe nenhuma. Os animais da Beira Baixa também têm direito a ser protegidos”, explicou José Diogo, que está decidido a “fazer justiça” pela morte do “melhor amigo”.