Jornal de Notícias

Cinco minutos para dar consulta de dermatolog­ia

Diretora de serviço do hospital discorda mas gestores dizem que a qualidade não se mede pelo tempo

- João Paulo Costa joaopaulo.costa@jn.pt SALOMÉ FILIPE

A ADMINISTRA­ÇÃO do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), que agrega os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, contratou uma empresa para dar consultas de dermatolog­ia na unidade de Estarreja que duram entre cinco minutos (segundas consultas) e 10 (primeira consulta). A informação foi confirmada ao JN por Sónia Coelho, diretora do serviço de dermatolog­ia do CHBV, que lamenta o facto de a administra­ção não a ter informado da contrataçã­o da empresa (que colocou um médico em Estarreja e outro em Águeda) e dos moldes em que esta iria trabalhar. “Claro que me iria opor a consultas de cinco minutos, uma prática que nunca vi em nenhum hospital porque é impossível fazê-lo corretamen­te em tão pouco tempo, não dando sequer para qualquer ato médico”, refere a dermatolog­ista, acrescenta­ndo que no CHBV, as consultas são agendadas para demorar 20 (primeira) e 15 minutos (segundas).

A administra­ção do CHBV responde que “a qualidade da consulta não é mensurada pelo tempo, mas pela qualidade do especialis­ta, que define a organizaçã­o da sua consulta”.

7000 consultas até julho

O CHBV nega que o especialis­ta colocado em Estarreja tenha pedido a demissão ao fim de duas semanas de serviço, mas Sónia Coelho assegura que o referido dermatolog­ista lhe assegurou ter rescindido. “Disse-me que se tinha demitido por não aceitar consultas de 5 e 10 minutos, por não ter material de apoio, por não trabalhar com a equipa de Aveiro e por discordar do facto da sua contrataçã­o não ser do conhecimen­to da diretora do serviço”, afirma.

A diretora compreende o objetivo da administra­ção de combater a lista de espera, provavelme­nte a mais numerosa do CHBV, “mas uma boa ideia só resulta se for colocada devidament­e em prática, o que não aconteceu”.

Na origem da extensa lista de espera, “com cerca de 8000 utentes, alguns dos quais aguardam consulta desde 2008”, está a falta de médicos. “Existem apenas duas dermatolog­istas”, refere o CHBV, que lamenta não ter sido possível contratar mais destes especialis­tas “apesar de ter aberto concursos para o quadro”.

O CHBV acredita que os dois médicos vão fazer 7000 consultas até julho deste ano. NA QUINTA de que são donos e ao lado da qual o seu cão, Simba, foi abatido a tiro, no sábado, alegadamen­te por um vizinho, Andreia Mira e José Diogo Castiço querem fazer uma homenagem ao animal, numa forma de também se sentirem mais seguros na sua propriedad­e, situada em Monsanto, Idanha-aNova. No muro, de cerca de 60 metros de compriment­o, que separa a quinta do casal da propriedad­e do vizinho, será colocada uma rede mais alta, “fechada com decorações, fotografia­s, entre outras coisas”, adiantou, ao JN, José Diogo, de 37 anos.

O casal, que cultiva a quinta, herdada, através de um projeto de jovens agricultor­es, diz que não tem possibilid­ades financeira­s para fazer uma grande obra, mas quer sentir-se mais seguro, “não ter que olhar para a quinta do vizinho”, que alegadamen­te matou Simba, e que os restantes três cães que possuem “não voltem a ir para a quinta do lado”. Por isso, pedem materiais, “como paus ou pedaços de rede”, a quem os quiser ajudar.

“Estamos também com ideias de criar, aqui em Monsanto, uma associação de proteção de animais, pois não existe nenhuma. Os animais da Beira Baixa também têm direito a ser protegidos”, explicou José Diogo, que está decidido a “fazer justiça” pela morte do “melhor amigo”.

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ARQUIVO JN Hospital de Estarreja tem consultas de cinco e 10 minutos

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