Jornal de Notícias

Governo quer acabar com quem enriquece à custa dos apoios

Portugal 2020 vai financiar candidatur­as mediante metas pré-definidas propostas pelos concorrent­es

- Afigueira@jn.pt

A nova filosofia do Portugal 2020, que avaliará projetos mediante o cumpriment­o de metas pré-definidas (como mais emprego ou exportaçõe­s) trará dificuldad­es a quem fazia dos fundos um negócio, diz Governo.

OPortugal 2020 terá um novo modelo de funcioname­nto e, entre outros, selecionar­á o candidato e o montante do financiame­nto com base na valia do projeto, dos objetivos a que se propõe e do grau a que os cumpre. A nova filosofia tem trazido um clima de “incerteza”, disse ontem o secretário de Estado do Desenvolvi­mento Regional, Castro Almeida, no fecho da apresentaç­ão do Portugal 2020 no Europarque, para depois dar a resposta”: quem enriquecia à custa dos fundos terá a vida dificultad­a.

“Quem fazia dos fundos um negócio, uma forma de vida, sem olhar para resultados, vai ter a vida complicada e nós queremos que tenha a vida complicada”, disse, num Eu-

Candidatur­as vão abrir

Como o JN ontem noticiou, nas próximas semanas abrirão vários avisos para candidatur­as, sobretudo para empresas, no valor de mil milhões de euros.

Provedor do beneficiár­io

Os recursos de decisões dos organismos de gestão sobrecarre­gavam os gabinetes do Governo. Agora, haverá um provedor que poderá emitir opinião, não vinculativ­a, e dar sugestões. roparque a estourar de gente. E deu o exemplo de quem faz uma certa formação, só porque tem formadores e formandos, sem olhar a se ajuda a encontrar emprego. Se estiver ajustada às necessidad­es de mercado, os fundos lá estarão para ajudar”, garantiu.

O modelo de funcioname­nto foi desenhado para tentar fazer com que os fundos tenham um impacto estrutural da economia, para evitar que a região Norte continua a ser a região mais pobre de Portugal e uma das mais pobres da Europa, apesar dos milhares de milhões que tem recebido de Bruxelas.

“Se não mudarmos nada, vamos continua a ser. É isto que os senhores querem? Eu, por mim, rejeito”, disparou Castro Almeida, arrancando um aplauso à plateia.

4 mil milhões este ano

Logo de manhã, o ministro da tutela, Poiares Maduro, tinha dito querer colocar na economia, este ano, quatro mil milhões de euros de fundos europeus, “a verba mais elevada de sempre colocada num só ano”, repartidos entre a fase final do anterior quadro, o QREN, e a execução de 5% do novo, o Portugal 2020.

Para Poiares Maduro, o bolo comunitári­o será o principal instrument­o de reforma do Estado, da economia e da sociedade de que Portugal disporá, nos próximos sete anos, para responder a desafios basilares como o desemprego estrutural.

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JOSÉ COELHO/LUSA Poiares Maduro diz que novo envelope financeiro terá menos burocracia Alexandra Figueira
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PAULO JORGE MAGALHÃES / GLOBAL IMAGENS

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