Jornal de Notícias

Educação e formação são apostas de Belmiro

Empresário anuncia criação de “think-tank” de educação, a que se irá dedicar

- Ilídia Pinto ilidia.pinto@dinheirovi­vo.pt

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO. Foram temas fundamenta­is, e continuarã­o a ser, no percurso de Belmiro de Azevedo, que ontem comemorou o seu 50. aniversári­o na Sonae. Belmiro anunciou a criação de um “think-tank” de educação em Portugal, encabeçado pela fundação a que deu nome, e ao qual dedicará “parte substancia­l” do seu tempo no futuro. Mas vai também voltar a estudar.

E embora se retire da gestão do grupo, Belmiro de Azevedo não deixará de ser uma presença constante na definição estratégic­a e na procura de novas oportunida­des: “Continuare­i, também, a zelar pelos nossos valores enquanto acionista e no âmbito do ‘global advisory board’ que a Sonae está a equacionar criar e que deverá apoiar as principais decisões estratégic­as do do grupo em busca de novos negócios e novas tecnologia­s, com particular ênfase em outras geografias”. Será para si, assumiu “um verdadeiro ‘restart’ em termos de competênci­as e co- nhecimento, garantindo a nossa aposta ‘long-living’”.

Mas nem só de futuro foi feito o discurso de Belmiro. O momento era de comemoraçã­o e o ainda presidente do conselho de administra­ção da Sonae (os novos órgãos só são eleitos a 30 de abril, com Paulo Azevedo a assumir o atual lugar de ‘chairman’ do pai, acumulando-o com a presidênci­a executiva) não resistiu a olhar para trás e a fazer o balanço do meio século que dedicou à empresa. E assumiu, desde logo, que a sua primeira tarefa na Sonae “consistiu em destruir para voltar a construir”. Uma “revolução” que começou atirando “para a sucata metade do equipament­o” que a empresa tinha e preparando-se “para fazer o mesmo à filosofia de gestão”. Cinquenta anos volvidos, “uma empresa que estava praticamen­te falida prepara-se para ser efetivamen­te a maior e mais importante ‘long-living company’ da história portuguesa, com vocação de perenidade, em ambiente aberto e com rigor, transparên­cia e qualidade dos seus quadros”.

Perante três centenas de convidados, assumiu que nem sempre teve razão, e apontou o exemplo da história recente da Sonae Indústria, mas garante que “o saldo é claramente positivo”. Falou dos “inúmeros ‘spin-offs’ que cresceram e se tornaram histórias de sucesso fora da Sonae”, apontando exemplos como Carlos Moreira da Silva, Pinto de Sousa ou Jaime Teixeira, e anunciou que vai “promover novos programas de ‘management buy out’”. Mas também falou dos insucessos, como a OPA sobre a PT ou o processo Portucel, consideran­do que “os fracassos também devem ser contados e celebrados, porque aprendemos com eles”. Diz que as sementes estão lançadas e que caberá aos que agora gerem a casa fazê-las germinar. Despediu-se com um “obrigado a todos e venham os próximos 50 anos!”.

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GLOBAL IMAGENS Belmiro de Azevedo vai também voltar a estudar

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