NATO acusa Rússia de continuar na Ucrânia
Monitorização do cessar-fogo dificultada pela falta de acesso dos observadores à Zona Leste
O secretário-geral da NATO diz que a Rússia continua a ceder armas e treino aos rebeldes no Leste da Ucrânia e apelou às partes beligerantes que ajudem os observadores estrangeiros para reforçar o cessar-fogo.
“Continuamos a ver a presença da Rússia e forte apoio aos separatistas no Leste da Ucrânia. Vemos a entrega de equipamento, efetivos e treino. Por isso, a Rússia continua no Leste da Ucrânia”, declarou Jens Stoltenberg, numa conferência de imprensa conjunta com o general norte-americano Philip Breedlove, comandante supremo da NATO na Europa.
“Uma vez mais, apelamos à Rússia para retirar todas as suas forças do Leste da Ucrânia e para respeitar o acordo de Minsk”, sublinhou o secretário-geral da NATO.
Jens Stoltenberg não quis comentar diretamente a afirmação de Victoria Nuland, secretária-adjunta do Departamento de Estado norte-americano, que disse no Congresso que tanques e artilharia russa tinham atravessado a fronteira no Leste da Ucrânia nos últimos dias, violando o cessar-fogo alcançado a 12 de fevereiro em Minsk.
Stoltenberg e Breedlove disseram que a prioridade é dar condições de segurança e livre acesso aos observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para reforçar o cessar-fogo.
O secretário-geral da NATO revelou o seu receio de que o armamento que está a ser retirado da linha da frente e que não está a ser monitori- zado possa ser recolocado para futuros combates.
Ontem, um responsável norte-americano anunciou, sob anonimato, que os EUA vão enviar drones de observação e 230 veículos militares para apoiar Kiev.
Washington determinou ainda sanções contra oito rebeldes separatistas e um banco russo para aumentar a pressão sobre Moscovo.