TERRORISTA GALEGO QUERIA ASILO POLÍTICO
Condenado na Maia a pena suspensa por ter falsificado passaporte Relação analisa extradição para Espanha
O galego procurado em Espanha para cumprir 11 anos de prisão, por terrorismo, alegou, ontem, no Tribunal da Maia, que o seu plano era viajar de Portugal para a Venezuela e ali pedir asilo político.
Héctor José Naya Gil, conhecido por “Koala”, de 33 anos, confessou ter sido o autor da falsificação do passaporte venezuelano com o qual pretendia embarcar para Caracas, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. O documento tinha a fotografia dele, mas alguns números estavam rasurados e a identidade era forjada, com o nome Hidalgo Marques.
Quando foi intercetado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), encontravase também na posse do seu bilhete de identidade e da carta de condução verdadeiros.
Em tribunal, onde foi julgado em processo sumário apenas pelo crime de falsificação de documento e condenado a um ano de prisão, com pena suspensa por igual período, Héctor declarou ter escolhido como destino a Venezuela para pedir asilo político.
Na sentença foi mencionado que ele queria sair de Portugal “para se eximir de cumprir pena em Espanha” – uma condenação a 11 anos de prisão, por participação em organização terrorista e colocação de artefactos explosivos. Em causa o atentado à bomba contra as instalações de uma empresa de comunicações, que visou antenas de rádio e televisão, em agosto de 2012, em Vigo.
Questionado sobre a sua profissão, o ativista da Resistência Galega disse que foi técnico de informática até finais de 2013 e que no ano seguinte trabalhou como empregado de mesa. Estava atualmente desempregado, vivendo numa casa arrendada. É natural de Vigo.
Depois de ouvir a sentença no Tribunal da Maia, onde foram reforçadas as medidas de segurança, Héctor Naya foi transportado pelo SEF ao Tribunal de Relação do Porto para ser analisado o pedido de extradição para Espanha. Mas só deverá ser ouvido hoje.
Desde o passado dia 6 que “Koala” era alvo de um mandado de captura para cumprimento da pena no país vizinho, depois de a condenação por terrorismo, decretada em dezembro do ano passado, ter transitado em julgado. Foi localizado no Grande Porto em fevereiro, pela Polícia Nacional de Espanha, que pediu colaboração às autoridades de Portugal.