Serra da Estrela concorre a geoparque da UNESCO
Instituto Politécnico prepara caderno científico do maciço central
O PROCESSO de candidatura ainda está em fase embrionária, mas a realização da carta turística da serra da Estrela pelo Observatório da Escola Superior de Turismo de Seia é encarado já como o ponto de partida para chegar à UNESCO. O objetivo foi assumido ontem pelos intervenientes de uma jornada de reflexão sobre o território de montanha que decorreu no Instituto Politécnico da Guarda. “Eu não tenho dúvidas de que a serra da Estrela é uma área com potencial para vir a ser um geoparque de âmbito nacional”, disse, ao JN, o professor Gonçalo Fernandes que coordena a caracterização científica do maciço central. “Agora a candidatura à UNESCO tem de possuir na base um trabalho científico sobre os elementos singulares da serra”, acrescentou.
O exemplo de Arouca
À semelhança do que já acontece nos demais geoparques do país, a região que é abrangida por nove municípios dos distritos da Guarda e de Castelo Branco vê na futura estrutura um instrumento de retorno turístico e financeiro.
“Um geoparque mais não é do que um território cuja natureza geológica, natural e cultural pode ser palco de um conjunto de iniciativas de desenvolvimento sustentável”, referiu Artur Sá, presidente do Arouca Geopark. “Num território de pouco mais de 300 m2 e 25 mil habitantes, o retorno financeiro anual de cinco a seis milhões de euros”, precisou.
Um projeto idêntico para a serra da Estrela deverá ser incluído no plano estratégico da Comunidade Intermunicipal da Beira Serra e no lote de candidaturas à UNESCO que chancela toda a rede de geoparques.