Docentes contratados contestam colocações
Associação garante que não entram nos quadros professores com 20 e até mais anos de carreira
Os professores contratados contestaram ontem as listas provisórias de colocação. Argumentam que o atual sistema de vinculação ao quadro é injusto e deixa de fora docentes com décadas de serviço.
A Associação Nacional de Professores Contratados defende que muitos professores com breves interrupções nos contratos, pelas quais não têm qualquer responsabilidade, continuam longe da “desejada vinculação aos quadros”. Para esta vinculação, explica César Israel Paulo, “só contam os últimos cincos anos seguidos de horários completos e anuais”. “Se um professor tiver uma quebra de um dia, já não entra no quadro”.
Por causa disto mesmo, ficam de fora docentes com dez, 15, 20 e até mais anos de serviço. “Se um professor tiver tido cinco anos seguidos de horários completos e anuais e essa for toda a sua carreira, entra no quadro. Mas outro com 15 anos de trabalho, que não tenha tido os tais últimos cinco anos sucessivos com horários completos e anuais, pode ficar de fora”, pormenoriza.
O Ministério da Educação revelou que recebeu 33 465 candidaturas de professores sem vínculo para as quase 1500 vagas para entrar nos quadros. Em comunicado reforçou que pretende acabar com as contratações “sem limite” que aconteciam entre a classe docente. A isto chama de “norma-travão”.
Todavia, para os professores contratados, esta “norma-travão”
“Somos a favor de uma norma-travão, mas não desta, porque não é justa”
não está a assegurar o princípio da equidade. “Os docentes contratados são a favor de uma ‘norma-travão’, mas não desta. São a favor de uma ‘norma-travão’ articulada com um sistema que coloque os professores no quadro pela sua graduação profissional”.