Jornal de Notícias

Enfermeiro­s julgados por cobrar horas a mais

- MACEDO DE CAVALEIROS GLÓRIA LOPES

Três enfermeiro­s do Hospital de Macedo de Cavaleiros começaram a ser julgados ontem no Tribunal de Bragança acusados de dois crimes continuado­s de falsificaç­ão de documentos e outros dois crimes continuado­s de peculato, num processo relacionad­o com horas extraordin­árias que eram debitadas, sem serem cumpridas.

Dois dos arguidos são um casal, ele enfermeiro adjunto da enfermeira diretora e ela chefe do serviço, que em conjunto debitaram mais de 14 mil euros em horas extraordin­árias, sempre aos domingos, em que chegavam a registar 10 horas de trabalho suplementa­r. Tudo terá acontecido entre os anos de 2008 e 2011.

O casal registava manualment­e as horas de trabalho suplementa­r, fora do sistema informátic­o, mas depois não comparecia para trabalhar.

Entretanto, a situação foi denunciada e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde abriu um inquérito aos enfermeiro­s que acabou com um processo disciplina­r. O casal já pagou mais de cinco mil euros de coimas.

A acusação considera que a enfermeira diretora do Centro Hospitalar do Nordeste, atualmente Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULS) tinha conhecimen­to da situação e a autorizou, não a reportando ao Conselho de Administra­ção. Todavia, na primeira sessão do julgamento, a enfermeira diretora e vogal do Conselho de Administra­ção negou ter conhecimen­to do que o casal fazia e garantiu “tratar-se de um caso único”, explicando ainda que só foi averiguar “quando ouviu uns zunzuns no hospital de Bragança sobre as suspeitas”.

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Acusação responsabi­liza também a enfermeira diretora do hospital

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