Jornal de Notícias

PSD critica ‘mito’ das contas

Porto Relatório e Contas aprovado pela maioria mas sociais-democratas dizem que excedente anunciado vai desaparece­r já este ano

- Tiago Rodrigues Alves locais@jn.pt

O Relatório e Contas da Câmara do Porto relativo ao ano de 2014 foi aprovado, ontem, pelos votos do movimento O meu partido é o Porto e do PS. A oposição criticou os números apresentad­os pelo Executivo liderado por Rui Moreira por motivos diferentes. O PSD abstevese e a CDU votou contra.

O vereador social-democrata Ricardo Valente considerou que o “maior excedente de sempre, anunciado pelo Executivo, é um mito”. “É mais um mito urbano que foi criado porque, de facto, se olharmos para o resultado económico, a despesa que não foi executada este ano vai ser executada a seguir”, explicou. O social-democrata garante que 35 milhões da despesa que não foi executada em 2014 vai ser executada em 2015. “Portanto, este excedente desaparece imediatame­nte.”

Por outro lado, Ricardo Valente considera que a Câmara “chega a um resultado líquido positivo de cinco milhões de euros porque apresenta resultados extraordin­ários de 15 milhões de euros que empolam os resultados líquidos”. No seu entender, “o resultado de uma Câmara, como de uma empresa, deve ser medido numa lógica dos resultados operaciona­is e não dos resultados líquidos”.

Na passada semana, a Câmara do Porto tinha anunciado “números exemplares” de “execução orçamental, reduzindo despesa corrente e aumentando a receita”, de forma a terminar 2014 com “um saldo global efetivo superior a 54 milhões de euros, o que representa um valor histórico, 200% superior a 2013”.

Pedro Carvalho, da CDU, contestou o facto de “não se ter executado o compromiss­o do orçamento” e de se ter criado, todos os anos, um excedente. “Posso compreende­r para a amortizaçã­o da dívida, mas estes são anos em que é preciso investimen­to. Não percebo para quê poupar se não estamos a investir”, criticou o vereador comunista.

Rui Moreira explicou que o facto de estarmos entre dois quadros comunitári­os fez de 2014 um “ano atípico”. Face a isto, parece-lhe “sensato e razoável” poupar para no novo quadro comunitári­o “apresentar candidatur­as e ter verba disponível para as contrapart­idas nacionais”. “A capacidade de endividame­nto pode ser muito útil no próximo ano porque temos duas espadas a pairar sobre a nossa cabeça”, antecipou Rui Moreira, referindo-se às reduções das verbas para o Fundo de Apoio Municipal e das receitas do IMT.

A vice-presidente da Câmara também explicou que a não concretiza­ção de investimen­tos previstos “deve-se grandement­e ao visto tardio do Tribunal de Contas”. Guilhermin­a Rego adiantou ainda que a maioria está a “gerir a Câmara com rigor e prudência e com uma visão plurianual”.

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Contas de 2014 da Câmara do Porto suscitaram controvérs­ia na reunião do Executivo

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